PERSONA – COMO RENATO GÓES SE TORNOU PROMOTER DE SUCESSO EM IBIÚNA

O promotor de eventos ibiunense, Renato Góes muito conhecido na cidade, é a sexta personagem da coluna PERSONA. O que se lê abaixo é o depoimento dele, tal como nos apresentou. O aspecto marcante de sua vida parece se resumir na forma como vê o mundo e a si mesmo: “Sou alguém que nunca deixou de sonhar, acreditar e agradecer.” Talvez esse seja o motivo do seu bom convívio social e profissional. Discreto, simpático e humilde, sua história evoca vários acontecimentos em Ibiúna, envolvendo pessoas e lugares e os bons momentos de sua infância e adolescência.

Renato Góes (59), nascido e criado em Ibiúna, é filho de Renato Vieira de Góes, funcionário público (motorista) e Maria Augusta Vieira de Góes, que sempre se dedicou aos cuidados dos filhos e da casa. Sou formado em Logística e tenho vários cursos de curta duração em minha área de atuação.

Minha vida profissional começou cedo, como a da maioria das pessoas da minha geração. Aos 13 anos, procurando ganhar meu próprio dinheiro. Assim, eu e meus dois irmãos mais novos, decidimos ir, aos fins de semana, engraxar sapatos na praça da cidade de Ibiúna, ponto de encontro dos casais de namorados; ali ficávamos até as 21h, horário este estabelecido por meu pai, que nos estimulava muito, ele sempre nos incentivou a trabalhar, desde que continuássemos estudando.

COMO ERA SUA VIDA?

Nossa vida de criança era leve e divertida, fazia parte da nossa rotina jogar bola e ir ao rio na Vila Lima, junto com outras tantas crianças e adolescentes. As crianças tinham mais liberdade, passávamos horas brincando na rua, pois a violência não existia, as crianças eram inocentes e a maldade não chegava a nós.

Aos domingos íamos aos campos de futebol acompanhar meu pai, essa era a sua grande paixão! Infelizmente, o domingo que era mágico para todos nós, nos trouxe imensa perda, perda em todos os sentidos. Perdemos o nosso porto seguro, o nosso amigo, aquele que nos motivava: meu pai morreu no campo de futebol, deixando minha mãe e meus oito irmãos. Não foi fácil, não”, mas a vida é sábia e nos deu forças para continuar.

Em decorrência da morte do meu pai, as coisas mudaram muito, mas muitas pessoas me ajudaram, comecei a trabalhar de entregador de jornal, entregava para família Falci com o famoso Domingos Falci, deixando os meus irmãos em meu lugar, quando fui trabalhar no Fórum de Ibiúna, a convite do ilustre Chiquinho –   Gabriel Vieira – onde passei sete anos e conheci muitas pessoas legais que me acolheram logo que cheguei. Porém, outras oportunidades surgiram durante a minha caminhada, como tinha uma irmã mais velha morando em Cotia e a quantidade de ofertas de emprego eram maiores, mudei-me para lá e logo encontrei uma vaga de auxiliar de laboratório em uma empresa grande Crios Laboratório Químico, onde trabalhei por dois anos.

Sempre gostei de jogar bola e organizava times de futebol para os campeonatos, além disso fui um atleta de corridas 100 metros e 4 x 100 e várias vezes representei Ibiúna em jogos regionais. A minha vida em Ibiúna era muito ativa, sempre gostei de atividades em grupo, assim a saudade de tudo isso e dos meus colegas falou mais alto e decidi voltar. Afinal, eu, Luís Norberto, Joãozinho, Bagrinho, Dito Sócrates, Zezo, Chuna, Odair Lico éramos inseparáveis! Viajávamos muito para São Joaquim da Barra com meu grande amigo César e íamos muito para a praia de Iguape, nos fins de ano, nunca esquecerei. Bons tempos aqueles!

BAILES AOS DOMINGOS

Saíamos muito para Piedade e Mairinque nos bailes aos domingos, em Ibiúna nos bailes do antigo Soci, 13 de Maio e os sábados era sagrado curtir o baile no Marajó, organizado pelo meu grande amigo Tadeu. Atualmente, eu, o Tadeu e nosso amigo Richard, visando resgatar a magia dos bailes das décadas de 70, 80 e 90 criamos o projeto Marajó Retrô, um sucesso nas duas edições, pudemos rever nossos amigos da época dos bailes do Marajó. Na última edição tivemos um artista internacional Double You, em 2019 no Clube de Campo de Ibiúna – CCI. Quem prestigiou o evento elogiou muito.

Show do Double You no CCI: sucesso

Por essas e outras, estava difícil permanecer em Cotia. Fato interessante é que no caminho de volta para Ibiúna, de dentro do ônibus, avistei uma obra, curioso desci do ônibus para saber se tinha vaga, dei sorte de encontrar um velho amigo Catatal. Ele também estava lá procurando trabalho e aguardando uma entrevista, por uma empresa responsável pela obra de Furnas. Como ele havia dito que teria vaga para nós dois, resolvi aguardar também. O problema era o requisito para a vaga: ter experiência em topografia, então eu precisaria falar que tinha conhecimento, eu nem sabia do que se tratava, mas não me custava tentar. Afinal, um não eu já tinha! Como sempre fui muito disposto a aprender, foi exatamente o que disse durante a entrevista e fomos contratados pela empresa Promon Engenharia. Aquele emprego era o meu orgulho! Aprendi muito, fazíamos trabalho de auxiliar nas fiscalizações da obra, junto com os engenheiros e topógrafos. Como tratava-se de uma obra, sabia que logo iria terminar e seríamos dispensados, trabalhei por cinco anos e resolvi não esperar.

EMPRESA DE EVENTOS

Inspirado em ter o meu próprio negócio, resolvi tirar do papel a minha tão sonhada empresa de eventos, nessa época, fazia alguns eventos paralelos para as Lojas Carambela, gerenciada na época pelo Péricles, que me abriu as portas para que eu pudesse fazer eventos para promover a loja, como: desfiles de moda, o chá da tarde — um evento anual filantrópico em prol à Casa de Santa Rita. A partir desses eventos fui convidado pela comissão organizadora da tradicional Festa de São Sebastião para ajudar a organizar a festa, as barracas, os shows, o desfile dos cavaleiros. Fiz parte da organização por vinte anos. Na época propus a ideia da rifa do carro, apesar de arriscada, a comissão formada por Dagoberto, Matilde, o falecido senhor Zezinho, outros componentes e festeiros, resolveu tentar, tamanho foi o sucesso que a rifa acontece até os dias de hoje.

Fui chamado, em consequência dos eventos que vinha produzindo na cidade, para compor a organização dos eventos no Clube de Campo, durante alguns anos estive a frente da organização do tradicional Baile do Hawai e do Carvaval do Clube. Fui “criando gosto” e resolvi ser mais ousado.  Criei um projeto para fazermos em Ibiúna uma feira agrícola e pude contar com a parceria de dois amigos, que se tornaram meus sócios no projeto, os ilustres doutor Borges e Antônio Luz, conhecido como o Neno da Associação Comercial.  A Expo Una foi um grande evento na cidade! O antigo ADI foi palco dos três dias de eventos, com várias atrações, em especial que estava no auge, Sula Miranda, a rainha dos caminheiros. O evento foi um sucesso, mas a organização consumia muito do nosso tempo, assim os meus sócios resolveram que cuidariam de seus negócios particulares e a Renato Produções, continuou sozinha, promovendo e produzindo eventos na cidade.

Tive a honra de trabalhar durante as gestões do grande ex-prefeito, o falecido Zezito Falci, para produzir os eventos da prefeitura, paralelo a isso fazia eventos particulares e formaturas para as escolas Roque Bastos Laurinda, Olímpia e Scalamandré

Hoje, faço parte da equipe do prefeito Paulinho Sasaki, como chefe de Divisão de Esportes. Nossa equipe é bem engajada e conseguimos dar suporte e apoio, a um evento que aconteceu no mês de fevereiro, o Campeonato Paulista de Travessia Aquática.

TIO CORUJA

Nas horas vagas gosto de contemplar a natureza, brincar com a minha cachorra Dara (veja foto acima), não tenho filhos, mas sou um tio muito coruja, sou muito família, curto muito a companhia da minha mãe e participei ativamente da criação dos meus sobrinhos, em especial do Gustavo, meu parceirinho! Faço desenhos artísticos, sou apaixonado por artes marciais, treinei, durante oito anos, Aikido. Além disso, amo filmes, tudo o que se relaciona à design de interiores e gosto muito da Língua Francesa, era a língua estrangeira ensinada em minha época de escola. Desde criança cultivo o sonho de conhecer a França, mas confesso que tenho medo de avião (rsrs).

SONHAR SEMPRE

Estamos vivendo momentos difíceis, espero que tudo isso logo passe e que possamos nos abraçar e ver novamente o sorriso, no rosto das pessoas. Espero não ter o medo de ir à casa dos amigos e de receber aqueles que tanto enchem a nossa vida de alegria, também em nossa casa. Nesse momento, a prevenção ainda é o melhor que temos a fazer. Vamos ser conscientes, vamos pensar no coletivo. Precisamos sair para trabalhar, fazer compras, que as nossas saídas se limitem às necessidades e que ao fazer isso, façamos com todos os cuidados e amor ao próximo.

Este sou aquele menino que cresceu e aprendeu a fazer dos limões apresentados pela vida em “limonada”. Sou alguém que nunca deixou de sonhar, acreditar e agradecer.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *