IBIÚNA – GEADA MAIS FORTE DESDE 2015 CAUSA GRANDES DANOS À AGRICULTURA

A geada que se formou nesta madrugada no município causou grandes danos à agricultura ibiunense e é considerada a mais intensa desde 2015, segundo o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agropecuária de Ibiúna – Caisp, Felipe Nalesso Xavier, ouvido hoje (20) por vitrine online.

Os produtos mais afetados foram as folhosas como alface crespa e americana, couve manteiga, repolho e os temperos como manjericão, cuja perda foi de 100%, além de coentro e salsinha.

“O gelo que se formou foi tão forte que até mesmo os produtos hidropônicos [geralmente cobertos por lonas plásticas] foram afetados. Isto porque a geada não cai, mas se forma na umidade que se encontra na superfície do solo.

Na verdade – esclarece – os danos decorrentes da geada não são causados somente no dia em que ela ocorre, mas até quinze dias depois seus efeitos se verificam nas plantações

Os dados sobre as perdas verificadas na lavoura ibiunense ainda precisam ser consolidados, mas certamente deverão se refletir no abastecimento dos produtos, assim como possível aumento de preços aos consumidores, por queda na oferta.

Joiji Watanabe, diretor da JWatanabe, grande produtor, que cultiva uma área de 50 alqueires em Ibiúna, estima que tenha perdido 700 mil unidades ou 35% dos produtos. “Tudo congelou”, disse ele a vitrine online, apontando grande perda na produção principalmente de alface crespa, americana, couve manteiga, entre outras folhosas.

Os funcionários que trabalham na colheita e nos barracões igualmente sentiram o impacto do frio congelante. Uma mulher chegou a postar que sentia forte dor nas mãos, mesmo utilizando luvas.

IBIÚNA BRANQUEOU

O frio congelante foi o assunto mais comentado pelos ibiunenses hoje, com grande número de postagens de fotos sobre telhados cobertos de camada de gelo, assim como tetos de carros que amanheceram ao relento, invernadas, matas, em leitos vazios da represa Itupararanga.

O engenheiro agrônomo da Caisp informou que houve lugares em que a temperatura chegou a -1,5ºC, segundo registros feitos por produtores rurais.

SOCIAL

Sheila Marinho, assessora da secretária de Assistência Social do município, informou que os moradores de rua são acolhidos, principalmente nos dias frios.

Apenas um morador de rua dormiu na praça da Matriz de Ibiúna, tendo recebido cobertores, já que se recusou ir ao Centro Olímpico que oferece abrigo com colchões e cobertores, chocolate quente e chá.

Marinho comentou que as dependências da Escola Nossa Senhora Aparecida, próxima ao prédio dos Correios, também serve de acolhimento onde tomam café da manhã e banho. Normalmente eles jantam no Albergue da cidade por meio de um acordo de cooperação com a Prefeitura.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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