E O INVERNO NEM COMEÇOU…

O Brasil é um país tropical marcado mais por temperaturas quentes e o que estamos enfrentando agora está congelando até nossos pensamentos, sobretudo para quem vive ao sul e sudeste.

Os cientistas vêm advertindo para as mudanças climáticas por que passa o planeta, ora com regiões assoladas por altas temperaturas ora por nevascas igualmente severas.

Obviamente quem mais sofre com essa friagem persistente são os mais pobres e as pessoas em situação de rua, ainda que as autoridades, assim como uma legião de voluntários, estejam procurando minorar o sofrimento daqueles que, despossuídos de quase tudo, precisam realmente de ajuda para terem onde se abrigar.

Mas, como se diz, miséria pouco é bobagem. No Brasil, em mais um de seus atributos perversos, há 33 milhões de pessoas que passam fome e, como se sabe, uma alimentação calórica é essencial para manter a temperatura do corpo.

O inverno começa no dia 21 próximo, com previsões de ocorrerem as mais baixas temperaturas do ano, de acordo com as previsões meteorológicas, que sujeitam nossos corpos tropicalistas a desafios de adaptação consideráveis, sobretudo para idosos, crianças e portadores de alguma enfermidade debilitante.

As temperaturas baixas, de acordo com orientações médicas, devem merecer cuidados especiais, como manter todo o corpo hidratado, aquecido, protegido com agasalhos adequados e bem alimentado.

Mesmo com a aparição do sol, encoberto pelas nuvens muitas vezes, o ar é congelante, dentro e fora de casa. As paredes e objetos retêm as temperaturas baixas.

Os animais também sofrem com o frio. Por isso, aqueles que têm a sorte de terem acolhimento, são vestidos igualmente para reter o calor do corpo e abrigados sobretudo contra o vento cortante. Os demais ficam sujeitos à leis da sobrevivência, submetidos às cruezas do tempo como milhares de humanos.

Em várias cidades, como Los Angeles, nos EUA, e países no Oriente Médio já enfrentam uma situação oposta, com altíssimas temperaturas, a ponto de construírem sistemas de refrigeração externa e pintura de ruas para refletirem a luz do sol, e não absorvê-las. É uma forma de combater o que se chama de “ilhas de calor”.

É preciso respeitar as leis naturais que parecem estar sendo reescritas. Isto porque as matas, como acontece vergonhosamente no Brasil, sobretudo na região amazônica, estão sendo destruídas, afetando diretamente o equilíbrio da natureza, e as geleiras de montanhas e dos polos estão derretendo continuamente. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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