EDITORIAL – OBRIGADO A TODOS QUE TRABALHAM PARA QUE A COMUNICAÇÃO POSSA ACONTECER

trabalhadores

Vitrine online vem procurando proporcionar o melhor jornalismo em Ibiúna e região, mas sem falsas veleidades de querer se comparar com as outras mídias aqui existentes – cada uma tem seu jeito, seu valor. Mas por que seus profissionais amam o que fazem: prestar informações de interesse público, inspirados nas melhores práticas dessa atividade de valor social e na ética e na moral que lhes indicam o modo de fazer.

Por isso mesmo, ao se verem impedidos de postar novas notícias há mais de uma semana devido a problemas técnicos – provavelmente por corrupção de arquivos no banco de dados da WordPress – se sentem como reféns de uma situação diante da qual nada podem fazer, senão aguardar que um especialista, com a paciência e persistência de um monge budista, consiga reparar os danos.

Nesse tempo corrido, muitas coisas aconteceram, e uma, em particular, pela semelhança que guarda com o nosso caso, nos chama a atenção. Imagine uma coisa que normalmente passa despercebida por nós: os cabos telefônicos que se estendem ao longo dos postes na beira das estradas. A importância dele está em sua função que é permitir que as pessoas se comuniquem entre si por meio de aparelhos criados para essa finalidade.

De repente, você tira o telefone do gancho e logo percebe: está mudo! Liga para a companhia telefônica e é informado que o defeito já foi constatado na rede e que a equipe já está providenciando os reparos. Dá o tempo de previsão do conserto e seria cumprido se os ladrões que furtaram trechos de cabos em uma madrugada não voltassem na seguinte para fazer nova colheita [de 1,5 km de extensão, na Estrada da Cachoeira, no município de Ibiúna] de fios de cobres, que retiram dos cabos que queimam [poluindo o ar] para vender a receptadores de metais nobres.

Na estrada vemos os homens encarapitados em escadas na tarefa quase mágica de ligar fio por fio das linhas telefônicas e juntar uma parte a outra dos cabos cortados talvez por facões ou tesourões. Tudo aquilo que os ladrões destroem rapidamente na calada da noite, leva um tempão para ser consertado. E os técnicos-operários, com humildade e perseverança, vão cuidando de atar centenas de pontos de fios coloridos. Os acompanhei, conversei com eles, os vi, sentados, com suas marmitas na hora do almoço e vi o quanto são socialmente úteis e merecem nosso respeito.

Tirei uma foto e faço questão de postar como homenagem que presto com imensa satisfação e, por me identificar com eles, pois já fazia uma semana que estávamos fora do ar por um problema que, longe de ser um furto, pode ocorrer a qualquer momento quando se trata de uma tecnologia que se transforma a cada instante impulsionada pela própria sofreguidão de se atualizar ininterruptamente. Já tivéramos um “apagão” em 2015 similar, quando alguém tentou atualizar o site e este parece ter ingerido diversos pontos de LSD, com os efeitos imprevisíveis que desse fato decorreram.

Parece ter havido a mesma situação, só que agora a atualização se deu de modo automático, sem que tivéssemos sido avisados. De repente, o caos. Mas vimos que, a partir de então, nos encontramos precisando apenas do nada, apenas andar, andar, andar e esperar com a humildade que nos torna humanos e sabedores de nossa própria ignorância.

Muito obrigado a todos os nossos leitores pela paciência e que nos acompanharam somente pelo Facebook, mesmo assim aumentando o número de curtidas, o que significa uma forma da manifestação de respeito mútuo.

Estamos voltando, aos poucos, é verdade, mas com a vontade redobrada, com novas coisas aprendidas e, mais do que nunca, para continuar servindo com aquilo que lidamos e é nossa matéria-prima fundamental: as informações. (Da Redação de vitrine online)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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