ENSAIO – JÁ ESCOLHI MEU CANDIDATO A PREFEITO DE IBIÚNA

nova política

Se tivesse o dom da ubiquidade [poder de estar em todos os lugares ao mesmo tempo] sopraria nos ouvidos dos ibiunenses o nome do candidato a prefeito em quem deveriam votar. Se alguém me pedisse uma razão para fazer isso, minha resposta seria: vou lhe apresentar dez razões para você não votar nos outros pelas coisas erradas que podem ter feito no passado. Esse foi o critério que usei para tomar minha decisão eleitoral.

Pois o que se pode falar de uma pessoa que nunca deu motivo para reprovação ou censura, mesmo porque não teve a oportunidade de ocupar esse cargo? Explicaria que o que pertence ao futuro ainda não existe, mas o que foi visto e conhecido no tempo passado pode ser pesado e avaliado. Trata-se, repito, de um critério razoável, baseado em fatos.

Então, se outro alguém fizesse uma ressalva de que também não se pode antecipar como alguém procederá no futuro – no que estará correto – argumentaria que é exatamente por isso que é preciso ter esperança, não na forma de uma ilusão, mas pelo conjunto de conhecimentos diretos e indiretos que podemos adquirir sobre esse político.

Por que, afinal, escrever essas coisas se elas parecem tão vagas e supostamente fora da realidade nua e crua do maquiavélico jogo político em que sobram espertezas e malandragens e muitas, muitas, mentiras. Ainda hoje uma senhora – de aspecto humilde, é preciso dizer – ouviu de um jovem pré-candidato a vereador a promessa de que lhe arranjará um emprego se votar nele.

Aos políticos são permitidas todas as promessas, pois isso faz parte da sua condição de fixar compromissos do que pretende fazer, se eleito for. O que deve ser interditado moralmente é fazer promessas vãs e falsas somente com o objetivo de conquistar votos. A mesma senhora declarou, lembrando-se de um político da cidade, que ele também fez promessa de emprego, jamais cumprida.

Essa é uma das muitas razões pelas quais a imagem folclórica dos políticos é vilipendiada pela população e hoje em dia mesmo as pessoas mais simples conseguem verbalizar sua descrença nesse tipo de político mentiroso e despudorado, numa palavra, ilusionista.

Já que sou uma pessoa comum, sem poder estar em todos os lugares para falar aos ouvidos dos outros, me permito confessar publicamente que meu voto está decidido: vou votar naquele que se apresenta como melhor opção neste momento histórico em que a mudança se faz necessária na condução dos assuntos político-administrativos em Ibiúna.

Fiz minha escolha depois de avaliar as características de cada um de todos aqueles que se apresentaram como pré-candidatos. Examinei prós e contras de acordo com os conhecimentos disponíveis, peguei uma balança com duas bandejas, dessas em que se pesam pedras preciosas. Em uma delas posicionei um diapasão e na outra a ficha de cada candidato. Houve um momento em que houve um equilíbrio entre as duas partes, ainda longe da perfeição, pois estamos falando de seres humanos, e ficou fácil decidir: esse é o cara. (Léo Pinheiro)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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