MAL-ESTAR NA CÂMARA DE IBIÚNA – BELLO ENVIA LEI QUE AUMENTA IPTU, MAS NÃO REAJUSTA SALÁRIOS DOS SERVIDORES
O prefeito Fábio Bello (PMDB) enviou à Câmara Municipal de Ibiúna na semana passada lei que prevê aumento de 10,677% do IPTU para 2017, mas, ao contrário do que acontece tradicionalmente, deixou de remeter ao Legislativo lei que estabelece o reajuste dos servidores municipais.
A reação dos vereadores foi imediata e contrária à decisão do atual chefe do Executivo municipal “que criou um mal-estar generalizado” porque a população acaba crendo que são os edis que não querem aprovar o reajuste, quando, na verdade, esse assunto é da alçada exclusiva do prefeito, do qual tem que partir uma proposta de aumento.
Nenhum dos vereadores soube dizer a razão por que Bello tomou essa decisão que parece ter desagradado a totalidade dos parlamentares, incluindo seus aliados, mesmo que tenham evitado manifestações públicas nesse sentido.
O vereador Pedro Luiz Ferreira (PROS) acredita que o motivo principal do prefeito “foi vingança” contra os servidores públicas por não ter sido reeleito. Beto Arrais (PPS) evocou o fato de a prefeitura ter previsto um orçamento de R$ 196 milhões para 2016 e estar com um déficit acumulado, até o momento, de R$ 42 milhões.
Até aliados de Bello, como o vereador Paulinho Dias (PR) e Rozi Soares Machado (PTB), que vem adotando uma postura independente, declararam que estavam “tristes”, considerando que essa decisão é um desrespeito com a classe dos servidores municipais que, como todos os brasileiros, tiveram perdas reais em seus rendimentos.
JOÃO MELLO TRANQUILIZA SERVIDORES
Chamado para a sessão de hoje (13), a última do ano, o prefeito eleito de Ibiúna, João Mello, participou de uma reunião com os vereadores e ajudou a superar o impasse. Sugeriu, e os edis concordaram, que a lei do IPTU fosse aprovada hoje [como de fato aconteceu], com três votos contrários, e que haja uma reunião extraordinária na primeira quinzena de janeiro, a fim de que possa aprovar o mesmo índice de reajuste para os funcionários municipais, já no cargo de prefeito.
Havia um motivo decisivo para esse encaminhamento. Caso, por qualquer razão, os vereadores somente viessem a aprovar o aumento do IPTU no dia 1º de janeiro, de acordo com a lei, os novos valores somente poderiam começar a ser arrecadados a partir de janeiro de 2018.
“Esse fato inviabilizaria a aprovação de qualquer reajuste para os servidores”, afirmou João Mello a vitrine online, de vez que haveria uma redução importante na arrecadação do exercício.
O que o senhor diria para os servidores em relação a esse fato indigesto?
“Que fiquem tranquilos, pois reconhecemos a boa vontade e o trabalho incansável dos funcionários municipais, mesmo muitas vezes sem as condições adequadas para exercer suas funções, e não vamos desampará-los.”
Representantes dos servidoresmunicipais, como integrantes do Conselho Municipal da Educação, se sentiram aliviados “com a postura clara, justa e correta de João Mello”.