EXCLUSIVO – JONAS CAMPOS QUER AJUDAR EDUARDO A ENCONTRAR O CAMINHO DAS PEDRAS

“Nos últimos dez anos em que trabalhei no governo do Estado, aprendi muitas coisas, mais do que nas duas vezes em que fui prefeito de Ibiúna; descobri, como se diz, o caminho das pedras. Trago ao prefeito Eduardo, cujas boas intenções e propósitos são inquestionáveis, o conhecimento do que aprendi, para que ele não passe pelas situações ruins por que passei e não cometa os mesmos erros que cometi. Além disso, faz parte da minha missão estabelecer uma ligação e abrir as portas do governo estadual para a sua administração e, em consequência, para Ibiúna.”

Essa declaração foi feita pelo secretário de Governo de Ibiúna, Jonas Campos, nomeado no dia 1º de março, em entrevista exclusiva para a revista vitrine online. Aos 59 anos, casado e pai de quatro filhos, Campos é um homem polido, de trato fácil e direto e demonstra ter experiência política e visão suficientemente clara para cumprir seu novo papel com eficiência.

Durante a entrevista, Campos fez questão de deixar claro o respeito que tem pelos seus colegas de trabalho e que é apenas um colaborador que veio somar para que o projeto do novo governo encontre o rumo certo no cumprimento dos compromissos assumidos com a população de Ibiúna.

Um dos aprendizados mais relevantes apontados pelo secretário de Governo foi a “importância de valorizar o segundo escalão do governo que, na verdade, é que toca a máquina administrativa, que faz o processo funcionar e caminhar”.

Por isso mesmo, sua tarefa mais premente e importante é a reorganização administrativa da prefeitura, que se encontra em situação dramática. “O problema maior da prefeitura não é falta de verba, mas de organização administrativa.”

“O corpo funcional não tem culpa, pois não foi capacitado para exercer sua função. O funcionário veio, recebeu uma mesa e uma cadeira e ali permaneceu sem ter sido preparado adequadamente para desempenhar seu papel. Estamos começando a investir na capacitação do funcionalismo.”

“Com a ajuda dos companheiros, vamos colocar o barco que ficou à deriva, no rumo certo, mesmo porque o funcionário público quer trabalhar, quer contribuir, mas está desmotivado por se sentir inútil. Vamos resgatar no nosso funcionalismo a vontade de trabalhar.”

Legalmente, compete ao secretário de Governo cuidar do relacionamento institucional do prefeito com o governo estadual e entidades como OAB, ONGs, Associação Comercial e também cuidar das administrações regionais.

“No momento estamos estruturando as administrações regionais que vão funcionar no Paruru, Carmos Messias, Piaí, Vargem do Salto e Areia Vermelha. Mas elas só poderão funcionar quando a prefeitura conseguir a CND (Certidão Negativa de Débito), que deverá acontecer em breve, e, assim, puder adquirir equipamentos para que as regionais possam prestar serviços à população daqueles bairros.

Campos recebeu o convite para assumir o cargo de secretário de Governo diretamente do prefeito Eduardo, em sua casa, no dia 7 de janeiro que, em primeiro lugar, quis saber se o convite seria aceito. Campos se sentiu orgulhoso por ter seu nome lembrado e ficou emocionado. “Não houve nenhum lobby, foi uma escolha pessoal do prefeito”. No dia 28 de fevereiro, o prefeito chamou Campos ao seu gabinete e ratificou o convite que foi aceito.

“Graças a Deus fui muito bem acolhido pelos secretários e pelos funcionários municipais, muitos dos quais trabalharam comigo em dois mandatos [Campos é advogado e também foi vereador por duas vezes]. Tenho um estilo que todos conhecem: gosto de resolver os problemas dos cidadãos na hora. Pego o processo e vou ver onde será resolvido.”

Campos gostaria que a população tivesse o sentimento de que o Eduardo e o Adal (vice-prefeito) estão se dedicando vinte e quatro horas para recuperar Ibiúna. “O povo tem que ter um pouco de paciência. Não é possível, no início de um novo governo, resolver as questões em quatro ou cinco meses. Leva um tempo, porque, apesar das dificuldades agudas, o hospital não pode parar, a escola não pode parar, as estradas não podem parar”.

Nas últimas eleições, Campos resolver voltar à política ibiunense. “Ofereci meu nome ao julgamento popular, porque achei que teria condição de dar um pouco mais de mim para Ibiúna.” Obteve 482 votos pelo PP (Partido Progressista) ficou sem a cadeira de vereador porque talvez lhe estivesse reservada uma nova missão a cumprir na cidade.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.