CARMO MESSIAS – SEGURANÇAS DE EMPREITEIRA CONTRATADA PELA SABESP AMEAÇAM COMERCIANTES COM ARMAS EM PUNHO

william

Proprietários de uma borracharia, pai e filho, que funciona há 25 anos na avenida Nossa Senhora do Carmo, no bairro Carmo Messias, foram ameaçados hoje (16), por volta das 7 horas da manhã, por dois seguranças com armas em punho.

Ambos haviam ido à empresa Melhor Forma, empreiteira contratada pela Sabesp para executar obras no local do Sistema São Lourenço, pedir ajuda para limpar tanto a borracharia quanto sua casa que haviam sido inundadas pelas águas barrentas das chuvas que caíram durante cerca de quinze minutos ontem (15) à tarde na região.

Motivo: dos seis bueiros que havia nesse trecho da avenida, cinco ficaram obstruídos no processo de asfaltamento da avenida e somente um, exatamente defronte à borracharia, também precisava ser desobstruído. Sem ter para onde escoar, as águas desceram pela avenida e seguiram dois caminhos, um rua abaixo, outro para o interior da borracharia e da casa dos comerciantes que fica atrás, que ficou com cerca de 1,5 metro de água, estragando móveis e outros pertences da família.

De oito cachorros filhotes da casa, quatro foram salvos e outros quatro desapareceram na corredeira da água; tudo que restou no lugar era uma camada alta de lama.

Diante do ocorrido, o proprietário da Borracharia Pardal, Valter de Jesus, e seu filho, William Aparecido de Jesus, agiram para que a empresa Melhor Forma ajudasse a resolver o problema. Eles se dirigiram à rua, onde também fica a empresa, e se postaram diante das Vans que transportavam os funcionários, a fim de chamar a atenção, pois a situação de sua família se exigia providências urgentes. Conseguiram permanecer ali por cerca de trinta minutos, mas nenhuma ajuda obtiveram da empresa.

CASO SE REPETE

Já no dia 24 de fevereiro episódio semelhante ocorreu: o estabelecimento comercial e a residência foram invadidas pelas águas das chuvas, em razão do mesmo problema, e comprovados em relatório da Coordenadoria de Defesa Civil – Comdec, da prefeitura de Ibiúna. Na enchente de ontem, o fato foi registrado em boletim de ocorrência pela Guarda Civil Municipal que compareceu ao local acompanhado da coordenadora da Defesa Civil, Luciana Atui dos Santos, que orientaram a família a procurar o representante da empresa para que fosse ressarcida dos danos provocados, “caso se ache no direito”. Disseram ainda que se a chuva voltasse, que procurasse outro lugar para se abrigar, “caso fosse necessário”.

Um dos moradores no Carmo Messias afirmou que as obras do Sistema São Lourenço estão “atormentando a população local há dois anos”, em decorrência das obras que deixaram a estrada em péssimas condições, com buracos em quantidade, ora virando um lamaçal, ora um tormento para todos, com poeirão e danos nos veículos. Vale dizer que os danos foram provocados na estrada por conta de carretas e caminhões pesados que passaram e transitam por ali transportando materiais para o Sistema São Lourenço.

PREFEITURA VAI AJUDAR

Em breve entrevista agora à noite com o prefeito João Mello, este informou que o secretário de Obras já havia estado no local duas vezes para avaliar o que deveria ser feito tecnicamente. De qualquer forma, a situação dos bueiros deveria ser corrigida pela empresa, já que foram entupidos em função do asfaltamento da avenida que ficou mais alta em relação ao que era antes. “Em vinte e cinco anos que moro no local é a primeira vez que isso acontecesse”, afirmou Valter de Jesus.

Ainda hoje dois engenheiros da empresa se dirigiram à prefeitura a fim de pedir ajuda para resolver o problema. João Mello afirmou à vitrine online que, como se trata de uma obra relativamente de pequeno vulto, e com o objetivo de atender às necessidades e preservar a segurança daqueles munícipes, a prefeitura vai ajudar na execução das obras necessárias.

AMEAÇA E INTIMIDAÇÃO

Representantes da firma Melhor Forma compareceram hoje (16) à Delegacia de Polícia de Ibiúna onde registraram boletim de ocorrência em que, resumidamente, apontam que Walter de Jesus e William Aparecido de Jesus haviam obstruído a passagem de Vans que transportavam seus funcionários.

À tarde Walter e William compareceram também à delegacia onde relataram sua versão dos fatos. No que diz respeito às ameaças das quais foram vítimas, disseram que logo que se aproximavam da Melhor Forma, ainda na rua foram recebidos por dois homens com armas em punho. Estavam próximos de um carro Paraty em cujas portas se lia “Águia Negra”, nome da empresa de segurança privada contratada pela empresa. Dois nomes foram mencionados ao escrivão: Naldo e Costa.

Eles teriam dito que eram policiais. E também que “ontem vocês estavam fechando a passagem dos veículos”. Teriam tentado forçar que eles entrassem na Paraty “para dar um passeio”, pois “com policiais não se mexe”.

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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