BRASIL – PAÍS DO FUTEBOL E DO CARNAVAL É TAMBÉM CAMPEÃO MUNDIAL DE HOMICÍDIOS

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A grande mídia nacional encheu nossos olhos e ouvidos com as revelações feitas hoje (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. O aumento de 27,7% no número de homicídios ocorridos no Brasil nos últimos dez anos. Foram 59.080, em 2015, contra 48.136 em 2005.

Mata-se no Brasil, segundo os dados apresentados pela instituição, mais do que ataques terroristas e mesmo que guerras, como a ocorrida no Vietnã. Em vinte anos, de 1955 e 1975, morreram 1,1 milhão de pessoas no Vietnã. No Brasil, em 20 anos, entre 1995 e 2015 morreram 1,3 milhão. As 59.080 vítimas de homicídio em 2015 representam 161 mortos por dia.

Nessa época, se minha memória não falha, ainda se dizia que o Brasil era um lugar cordato, palavra para referir-se à tranquilidade e espírito pacífico, talvez porque números sobre a violência estavam ainda fora do foco da base de informação de interesse público primário ou mesmo se escondiam os números para não assustar a galera.

Homens jovens, negros, pobres e com baixa escolaridade representam 48% das vítimas dessa tenebrosa realidade exposta pela pesquisa à consciência nacional. O homicídio é a principal causa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos.

Um negro tem 23% mais chance de ser assassinado no País. Como um reflexo coerente com os números obtidos os estados campeões de homicídios se localizam nas regiões Nordeste e Norte. Rio Grande do Norte (200%), Sergipe (167,8%), Tocantins (164,7%) e Maranhão (160,7%).

Esses dados vinculam a realidade socioeconômica diretamente com a violência e isso não é novidade para ninguém, assim como entre educação e comportamento social, e as questões raciais, relacionadas à formação do povo brasileiro com a escravidão.

Em 2016, conforme apuramos, a Organização Mundial da Saúde – OMS já havia ranqueado o Brasil como o País com maior número de homicídios do mundo, dois anos depois de perder o Campeonato Mundial de Futebol para a Alemanha, no vexame 7 a 1.

Atrás do Brasil, ainda em 2016, se situavam, pela ordem, Índia, México, Colômbia, Rússia, África do Sul, Venezuela e Estados Unidos, com o maior número de homicídios. Já quando se relaciona esse tipo de crime ao número da população nacional, fica em primeiro lugar Honduras, seguida da Venezuela.

Se juntarmos o fato de o Brasil ser considerado o País mais corrupto do mundo na atualidade, então nos resta nenhum consolo do que chorar e pedir por um milagre vindo direto das mãos de Deus. (Carlos Rossini, editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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