INCÊNDIO DESTRÓI SALA PARA ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ROQUE BASTOS

Incêndio ocorrido por volta das 21 horas da última quarta-feira (3) destruiu a única sala reservada para alunos com deficiência intelectual na Escola Estadual Roque Bastos, localizada na Rua Gregório de Almeida Lima, 246, no centro de Ibiúna. Essa é a única unidade da rede de escolas estaduais no município a oferecer cursos para pessoas com necessidades educacionais especiais, com trinta alunos que têm atendimento agendado, nos períodos da manhã e da tarde.

As cortinas e todos os móveis, como armários e arquivos, um computador, materiais pedagógicos, também em Braille, foram consumidos pelo fogo. Ninguém saiu ferido.

Segundo depoimento prestado na Delegacia de Polícia para registro no boletim de ocorrência, a vice-diretora da escola, Maria Aparecida Santos, informou que o incêndio “teria começado nas cortinas, de fora para dentro”.

Alunos de outras salas e professores combateram o incêndio usando mangueiras e extintores [em Ibiúna não existe unidade do Corpo de Bombeiros] e isso teria alterado as condições para uma análise pericial, razão por que acabou não sendo solicitada, de acordo com uma funcionária da delegacia.

Alegando que precisavam de autorização superior, tanto a direção da escola quanto a Delegacia de Ensino em São Roque impediram que a sala fosse fotografada. Da mesma forma agiu a Secretaria Estadual da Educação, por meio de sua assessoria de imprensa.

Uma das jornalistas alegou [desconhecendo completamente a situação real] que tirar uma fotografia no local [que pode ser feita em segundos] iria atrapalhar os trabalhos de recuperação da sala, mas pediu para ver o texto antes de ser publicado a fim de fazer uma nota de esclarecimento para sair junto com a notícia.

A pergunta que fica é a seguinte: por que uma fotografia de uma sala de aula incendiada não pode chegar ao conhecimento público, já que é uma forma de tomada de conhecimento pela informação. Felizmente não aconteceu, mas poderia ter ocorrido uma tragédia.

Essa proibição, que não pode ser atribuída a nenhuma das personagens citadas, que seguem regras, por parte da Secretaria Estadual da Educação, precisa chegar ao conhecimento do governador Geraldo Alckmin, com a seguinte pergunta: até quando teremos que esperar que haja transparência em seu governo, em fatos como esse que não podem permanecer oculto da população em parte ou no seu todo.(C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.