Jovem vereador

“Agir com muita responsabilidade, coerência, e contribuir para a moralização do Legislativo” são alguns compromissos que vão orientar a conduta do segundo mais jovem vereador eleito na história na Câmara Municipal de Ibiúna.

“É evidente a necessidade dessa providência a fim de que a instituição seja melhor avaliada pela população. E isso acontecerá com a independência entre os poderes Legislativo e Executivo e um controle que ao mesmo tempo dê uma transparência autêntica à Câmara e permita coibir a celebração de acordos obscuros, tão comentados pelo povo”.

São palavras do publicitário Carlos Roberto Marques Júnior, 23 anos, que obteve o quinto lugar com 872 votos, em sua primeira candidatura, um feito e tanto numa disputa que contou com mais de trezentos concorrentes.

A partir de 1º de janeiro o Legislativo Municipal passará a ter quinze vereadores, cinco a mais em relação à legislatura anterior. Onze, como Carlinhos (PT), como é conhecido na cidade, são estreantes, três foram reeleitos e um voltou à Câmara.

“O papel dos vereadores será essencial nesse novo mandato, sobretudo em face dos desafios impostos pela situação em que se encontra o município”, avalia Carlinhos.

Com orçamento estourado e dívidas acumuladas, a prefeitura precisará ser enxugada, com redução de secretarias, por exemplo, e “tirar o inchaço da folha de pagamentos que está no limite do percentual permitido”.

“A situação financeira da prefeitura não permite manter a atual estrutura de custos e o município não vai conseguir sanar as dívidas e avançar, ao contrário, vai continuar regredindo”, adverte o jovem vereador eleito.

Os dados levantados lhe permitem dizer que “no próximo ano, a nova administração, terá dificuldade até mesmo para construir um metro de asfalto, se depender de recursos orçamentários”, razão por que Carlinhos vai concentrar seu foco de atuação, como já está fazendo, na busca de recursos extraorçamentários junto aos governos federal e estadual.

Entende Carlinhos que os vereadores “além de legislar e fiscalizar o Poder Executivo deverão ajudar o prefeito a conseguir recursos e, ao mesmo tempo, ver as necessidades da população, estimular e participar de debates e audiências públicas”.

“Já temos uma agenda prévia que deve merecer nossa melhor dedicação”, assinala o vereador apontando casos específicos. “A renovação do contrato na área de saneamento básico que poderá ser com a Sabesp ou não. O transporte coletivo de Ibiúna está sem contrato e essa é uma questão importante a ser decidida de imediato. O Sistema São Lourenço que prevê a captação de água da represa do França para abastecer a população paulistana e que passará por Ibiúna e ainda não sabemos se o município vai ser beneficiado ou não. A duplicação da rodovia Bunjiro Nakao que vai começar imediatamente também exigirá a atuação nos vereadores na fiscalização das obras, por exemplo, a instalação de passarelas, lombadas e outros recursos de segurança.”

Carlinhos define sua linha de conduta. “Quero ser um vereador de realizações. Quem executa é o Poder Executivo, mas vou atrás de recursos federais e estaduais, como emendas parlamentares, convênios, vou alertar o prefeito sobre programas que possam destinar novos recursos para a cidade. Vou conversar com deputados, senadores, ministros, especialmente do nosso partido, porque a conquista de recursos extraorçamentários se tornou uma questão prioritária.”

Além disso vou me dedicar com afinco para a geração de empregos para os jovens ibiunenses, seja criando Lei com esse propósito ou por iniciativas em conjunto com Sebrae e com a Fiesp visando o desenvolvimento econômico e aumento da receita da cidade.”

 Por Carlos Rossini

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.