QUESTÃO DE TEMPO – A MULHER CRIARÁ UM MUNDO MUITO MELHOR

São mulheres 63% dos leitores de vitrine online, de acordo com estatística do Facebook. Na condição de editor da revista, escrevo estas linhas a elas dedicadas especialmente tratando de um tema que sempre me fascina: a mente humana.

Tem um fato indiscutível: só você pode ser você, ninguém mais. Pelo menos é o que deveria acontecer, se cada um de nós conseguíssemos nos livrar de todos os “outros” que entram e vivem em nossas mentes, alguns dos quais se ocultam em nossos porões íntimos, no inconsciente.

As milhares de informações que entram em nós no dia a dia e nos povoam de imagens, pensamentos e sensações, muitas vezes nos confundem até mesmo em nossos sonhos e desejos.

Vi outro dia um documentário sobre a vida de uma jovem nissei. Ela não tinha nenhum tipo de problema no trabalho, mas sentia que não era aquilo que queria continuar fazendo a vida toda. Pediu demissão, reuniu tudo que possuía e virou mochileira.

Foi a dezenas de países, sabe fazer o quê? Ajudar pessoas pobres e carentes na África e na Ásia. Levou não apenas seu sorriso a todos esses lugares às pessoas com as quais conviveu.

Fotógrafa, passou a vender seus retratos para diversas publicações. Com isso, conseguia um punhado de dólares que usava para comprar remédios, presentes e alimentos e distribuí-los em lugarejos desconhecidos do mundo.

Ao descrever sua trajetória, disse que foi assim que descobriu quem era e qual seu papel no mundo: fazer o bem ao próximo. Encontrou o caminho de sua realização e felicidade. As mulheres são a proteção e a salvação do mundo!

O que tinha de pequena na estatura possuía de gigante na mente, ou na alma, se preferirem.

Essa pouco mais do que adolescente, cumpriu aquilo que em mitologia se chama de “jornada do herói” (heroína) que, de modo simples, quer dizer a pessoa que, finalmente, encontra a sua essência, a sua verdade interior, seu eu verdadeiro, livre de todas as influências e moldagens que recebemos no curso de nossas vidas desde que nascemos.

Algo está a favor das mulheres nessa jornada. A sensibilidade, a paciência, a doçura, a humildade, a vontade, a sinceridade, a praticidade, o desejo de proteger inato da feminilidade e o amor que têm naturalmente pela vida e que é o motor que move o mundo.

A história mundial escrita pelos homens tem sido decepcionante, quando vemos como as criaturas vivem aprisionadas sob os poderes dos machos dominantes, bem que pode, aos poucos, começar a ser escrita pelas mulheres que, certamente, são mais capazes de tornar o mundo mais humano e igualitário.

Elas estão se movimentando cada vez mais, como alguém que desperta de um longo sono, estranha o que vê e, por isso mesmo, é capaz de criar algo diferente e infinitamente melhor, com a suavidade do toque feminino.

Ser fecundada, carregar um filho dentro do próprio útero durante nove meses, dar à luz a um novo ser, cuidar, limpar, amamentar, amar com atos e sentimentos, acariciar, ajudar a crescer, estar ao lado o tempo tudo, proteger a cria incansavelmente…são tarefas de seres divinos na Terra.

Por isso tudo, deveria haver uma revolução mundial, com integral apoio dos homens mentalmente sãos, para que jamais elas fossem vítimas de tantas e impiedosas violências, até mesmo fatais, como infelizmente ocorre em nosso País diariamente.

Nós, homens, deveríamos despertar para criar um novo mundo em que as mulheres tenham uma vida livre, digna e respeitada. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)  

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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