ALGUÉM AINDA DUVIDA DA SABEDORIA DOS ANIMAIS?

Athena é a mais nova integrante de nossa família, junto com a Gaia, a Mary e a Pitty. Essa criaturinha fofa e encantadora mudou o ritmo de todos nós com seu jeito singular de ser e de se movimentar, abanar o rabinho, dar corridinhas elegantes, incluindo algumas capotagens sobre o gramado.

Ainda não se acostumou com o fato de chamá-la pelo nome, mas é uma questão de tempo. Ganhou uma caminha, um ossinho para mastigar e coçar a gengiva, e uma roupinha da Thaís, amiga da família.

Athena foi adotada e veio morar com a gente a pedido do meu neto que lhe deu o nome de origem grega da deusa da sabedoria. E esse parece ser o significado de sua presença entre nós. Ela é portadora da sabedoria da Natureza que a trouxe à luz pronta para compartilhar sua alegria com o mundo.

Com pouco mais de cinquenta dias, foi adotada e recebida com o amor de todos nós.

Ela é a criatura mais livre e espontânea em seu jeito de ir e vir, alimentar-se, seguir para sua caminha acolchoada para tirar uma soneca ou mordiscar até mesmo as bordas do cobertorzinho e choramingar quando fica sozinha, última coisa que parece querer todo o instante. Talvez seja a lembrança de quando estava sob o calor, proteção e as tetas da mamãe.

Só pude ver uma fotografia da mãe, uma cadela forte e altiva e provavelmente apegada à sua ninhada, como todas as mães que agem como que movidas pelas mãos de uma divindade que não conseguimos ver, mas que existe, certamente.

Decidi correr para pegá-la enquanto se afastava numa velocidade exuberante e, qual o quê, quando a agarrei com as duas mãos despachou duas mordidas inofensivas para deixar claro que ela é ela e ponto.

Já aprendeu a pegar folhas e mastigá-las como fazem todas as outras cadelas de raça. Athena é uma vira-lata de personalidade e quando se afocinha à Gaia, esta com o corpo relativamente gigante, rosna e foge do seu alcance. Talvez enciumada da pequenina, naturalmente foco de atenções pela novidade para todos. Mas já nos acostumamos que há amor que deve ser manifestado para todas.

Pegar cocozinho aqui e ali, enxugar o xixi, até que ela possa aprender a se comportar e ir lá fora.

Rápida, se movimenta quase invisível em todos os cômodos. Ei, onde a Athena está? Tomamos cuidado para que não se embrenhe no mato com sua inocência dos perigos do mundo.

Confesso ter percebido que ela tem muito a nos ensinar sobre liberdade, amor, lealdade, carinho e alegria, pois é tudo isso que sua presença nos faz ver a cada momento. Os cães costumam ser mais leais que os seres humanos entre si e há infinitos exemplos dessa realidade em todo o mundo.

Ela, como Gaia, um magnífico exemplar da raça boiadeiro australiano, Mary e Pitty, duas buldogues francesas, que chegam voar no espaço quando correm, tornam o quintal um parque infantil desses pequenos e graciosos animais que são confiáveis amigos e que parecem, nitidamente, agir como se cuidassem da família.

Aliás, somos uma família e todos pertencentes ao reino animal, uns de quatro patas outros de dois pés. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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