ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO É UM FELIZ PRESENTE PARA OS IBIUNENSES

Minha experiência jornalística no município de Ibiúna já soma alguns anos. Trata-se de uma atividade nem sempre compreendida e sujeita às mais diversas reações e críticas que considero naturais porque cada leitor – e são milhares – tem seu próprio modo cultural de interpretar o que leem.

Muitos, entre os quais me incluo, podem cometer equívocos, juízos instantâneos superficiais e injustos; enfim, como consagra uma frase “Errar e humano”, nos remete, todos, para o território do perdão, um ato de humildade que nos reumaniza.

Albert Einstein nos presenteia com duas frases: “Uma pessoa que nunca cometeu um erro nunca experimentou nada novo. O único que não erra é aquele que nada faz.” Estamos, pois, todos perdoados. Amém!

Outro convidado para este texto é o músico Érico Macri: “Errar é humano, aprender com o erro é ser sábio, perdoar quem errou é ser os dois ao mesmo tempo.” Lindo, não?

Você se lembra como começamos este ensaio? Falávamos do imenso potencial que existe dentro de cada um de nós de fazer o compromisso com a humildade e a compreensão. Era isto?

Então reproduzo aqui os ensinamentos contidos num trecho na Oração de São Francisco:     

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz.”

Agora imagine comigo. Não está aí uma pintura de grande beleza a inspirar as relações entre um jornalista e seus leitores, de parte a parte, na forma de um compromisso de sublime sabedoria?

Percebam com atenção o significado das oito palavras essenciais que o santo nos propõe: amor, perdão, união, fé, verdade, esperança, alegria, luz.

Você leitor que nos acompanha concorda que nossa amada cidade seria muito melhor se nossas atitudes diárias, tanto por parte das autoridades quanto do povão, se aquelas palavras fizessem parte do menu diário em nossos relacionamentos explícitos, se fossemos inspirados por esses nobres sentimentos?

Aqueles que responderem SIM poderiam começar essa prática imediatamente. Tudo se aprende! É preciso começar e a hora é agora. É uma questão de tempo. Como seria então nossa cidade? Por certo, diferente do que é ou tem sido.

Aqueles que responderem NÃO precisariam preparar seus corações para aceitar esse propósito como fato novo e promissor. Não fazer nada para que as coisas melhorem é colaborar passivamente para que continuem como estão, sem vislumbrar a possibilidade de mudança que, de alguma modo, é uma forma de visão empobrecida.

Dois grupos surgiram no município em pouco mais de um ano para cá. Um só formado por mulheres, outro aberto ao público em geral. Ambos parecem ter-se originado exatamente do desejo de contribuir para corrigir as coisas que estão erradas.

A um deles sugeri que desenvolvesse uma ação para promover a alegria de um povo talvez entristecido. A sugestão obteve bom acolhimento. Seu líder comunicou que é preciso criar um projeto para melhorar a autoestima da população.

Notem que há uma convergência entre as duas ideias. A autoestima está indissoluvelmente relacionada à alegria. A autoestima gera alegria e a alegria gera autoestima. Bingo!

Se esses dois movimentos expressarem de fato um desejo implícito na coletividade ibiunense é grande a possibilidade de eles realizarem uma influência da maior relevância de um despertar para o surgimento de um novo paradigma para a cidade.

O que hoje é utópico pode se tornar realidade mais à frente no tempo, com amor, perdão, união, fé, verdade, esperança, alegria e luz. Essas palavras são joias preciosas dotadas de um poder que, dentro de cada um de nós, inspiram nosso mais profundo desejo por melhorias. Elas fazem parte da luz esplendorosa que clama por ser tornar visível e compartilhada pela sociedade. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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