IBIÚNA – MATEMÁTICA SERÁ UM DOS FATORES DECISIVOS NAS COMPOSIÇÕES POLÍTICAS PARA 2020

Percebi, andando no gelado dia hoje pelas ruas centrais de Ibiúna e indo a alguns lugares que as pessoas estão mais recolhidas, naturalmente por causa do vento frio. Agasalhadas, estavam ativas em relação às coisas que têm que ser feitas, como fazer compras, pagar contas, levar seus carros às oficinas, etc.

O frio, para os que são afeitos à reflexão, é um convite irrecusável, já que colabora para as pessoas se interiorizarem.

Assim, resolvi traduzir em algumas palavras o que penso ser um estado que fragmenta a sociedade ibiunense no que diz respeito ao bem-estar, às insatisfações, à escassez de esperança, diante da situação que vivemos, política, econômica e socialmente.

O primeiro descompasso se verifica entre a administração pública e a população na falta tanto de uma coerência, de uma lógica, de correspondência no plano da comunicação transparente.

Quando não há transparência há sérias distorções nos relacionamentos recíprocos que contaminam o processo de relações confiáveis. O resultado são queixas que se acumulam como o lixo nas estradas e tornam a sociedade enferma.

Já escrevi aqui, usando uma metáfora facilmente compreensível, que uma larga parcela do povo está sentindo saudade do futuro. Numa tradução singela, há o desejo de que as eleições cheguem logo a fim de que possa haver alguma mudança, ainda que imprevisível. Há o risco de que possamos ter mais do mesmo, uma repetição frustrante de mudar pessoas mas não a força dos hábitos.

Pois bem. Há diversos grupos políticos se movimentando para formar a base dos candidatos a prefeito, vice e vereadores. Se se confirmarem as expectativas, o número de postulantes à vereança chegará a centenas de indivíduos, muitos, lamento dizer, despreparados para exercer em plenitude essa importante função pública.

Em relação ao cargo de prefeito, deverá haver sete ou oito candidatos, como ocorreu em 2016. Alguns agrupamentos estão mais discretos, com o objetivo de não provocar desgaste público por antecipação. Outros já mostraram a cara dos seus postulantes.

A matemática política revela que alguns supostos pré-candidatos estão procurando fazer um combinado que se decidirá por uma soma de potencial de votos. Está em curso o entendimento de que vencer a eleição será mais importante do que quem especificamente será o indicado ao cargo maior do Executivo.

Por exemplo: se a soma dos resultados das pesquisas de preferência de três postulantes A + B + C resultar na possibilidade concreta de vencer o pleito, o mais “votado” entre os três será o indicado. Isso é uma estratégia que está em curso realmente.

Nos casos dos postulantes mais audaciosos, a principal exigência será fazer um esforço de titã e um investimento financeiro expressivo para obtenção de êxito junto ao eleitorado.

Tomamos conhecimento de duas pesquisas preliminares de intenção de votos e evitamos, neste momento, revelar seus resultados por que não tivemos acesso direto aos seus relatórios. Mas entendemos que a estratégia da soma de A + B + C pode compor uma força de considerável apelo popular.

Por que os resultados eleitorais não podem ser antecipados por bolas de cristal ou adivinhação, e sim depois de abertas as urnas e computados os votos, o cenário está aberto a surpresas naturalmente. E, assim, pode aparecer, seja por sorte, talento, ou o surgimento de um fenômeno carismático um nome que consiga cativar as emoções da maioria dos eleitores.

Com o andamento da carruagem política e a revelação do nomes será possível às pesquisas revelarem qual das possibilidades aqui mencionadas estará mais condizente com a realidade.

Tomara que vença aquele que, verdadeiramente, seja capaz ética, moral e administrativamente realizar obras e prestar serviços que fazem parte dos anseios da população, já saturada com a mesmice decepcionante.

Outro dia publicamos aqui um trecho da Oração de São Francisco com o objetivo de relacionar algumas qualidades indispensáveis para os próximos gerentes e legisladores de Ibiúna. Repetimos agora tanto para que delas façam o melhor uso, tanto os políticos quanto os sessenta mil eleitores do município: amor, perdão, união, fé, verdade, esperança, alegria, luz. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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