JOVENS IBIUNENSES APOSTAM NA ARTE E NA CULTURA COMO INSTRUMENTOS DA LIBERDADE

Os jovens de Ibiúna estão cada vez mais interessados na expressão artística como protagonistas e o número deles só vem aumentando. Exemplo dessa constatação são os dois próximos eventos programados. No dia 17 de agosto, com entrada franca, haverá o coletivo “Túnel da Arte”, com exibição de desenhos, fotografias e música, em sua primeira edição, no Espaço Cultural “João Luiz Cassimiro, na Rua Wilson do Carmo Falci, 60. Nos dias 24 e 31 do mesmo mês haverá apresentação da peça “O Pequeno Príncipe”, às 20 horas, na antiga Casa da Cultura. Neste caso, será necessário doar um quilo de alimento não perecível ou R$ 2.

A apresentação coletiva “Tunel da Arte”, que tem a curadoria de Cristina Romero, contará com obras dos desenhistas Cristina Romero, Isabela Almeida, Iris Cristyn, Nicolas Ongarato; fotos de Isadora Secol, Júlio de Carvalho e Yuli Ono; banda, Aproa. Todo mundo lá!

 

Obstáculos a vencer

 

De autoria do jovem Alexander José de Souza, o texto abaixo é uma reflexão sobre a experiência de representar, a importância da manifestação artística como instrumento de libertação e uma crítica à distância de duas autoridades desses movimentos da juventude:

“Quando o ator ou atriz pisa pela primeira vez no palco ele não tem ciência do destino que está começando a trilhar. O medo e a vergonha são verdadeiros imperadores dos primeiros ensaios e passo por passo, vagarosamente, estes são deixados para traz e substituídos pela força de vontade, pelo prazer e pela magia do palco. Temos uma máxima no teatro que diz que ‘Quem é picado pelo mosquito do teatro nunca mais deixa os palcos’, e isso é de fato verdade, ainda que como hobby aquele que atua uma vez está fadado a atuar sempre sobre os palcos do mundo.”

O lugar teatral do município denominado “Espaço Galpão” apesar de ser uma das maiores vitórias da cultura na gestão Coiti ainda não teve seu devido valor reconhecido pela gestão Eduardo/Adal, já que o espaço não conta com banheiro, iluminação e equipamento de som à disposição das trupes teatrais bem como das demais pessoas que fazem uso do espaço público. Em uma das fotos que postamos no Facebook todos puderam ver: mais de trinta pessoas tiveram de sentar-se no chão já que o espaço não conta com cadeiras ou arquibancada. Ali só há poucos bancos de madeira que são dispostos como se fossem uma arquibancada improvisada, onde é possível que se sentem pouco mais de cinquenta pessoas, que está ali há cerca de três anos. Outro item que não pode passar despercebido, além da presença massiva da sociedade ibiunense, é a ausência dos representantes do poder público. Nenhum dos quinze vereadores e tampouco o excelentíssimo senhor prefeito Eduardo Anselmo (PT), nem seu vice-prefeito, que também é o secretário de Cultura, Adal Marcicano (PV) deram o ar da graça. Uma presença que merece destaque é a da ex-diretora de Cultura, Márcia, do Atelier Motta Marchetaria, que elogiou os atores e disse estar muito feliz que, apesar de todas as dificuldades, o teatro em Ibiúna ainda é o carro forte da juventude.”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.