EDITORIAL – NEGAR EVIDÊNCIAS SOBRE O LIXO CAUSA MAIS TRANSTORNO AOS MUNÍCIPES
Já reiteramos aqui a falta de competência da prefeitura de Ibiúna para lidar com a comunicação social, chegando a um ponto em que prefere manter-se calada diante de fatos de notória evidência e de interesse público, quando há necessidade premente de um mínimo de bom-senso, que evitaria causar danos ainda maiores em sua credibilidade pública.
Em artigo que publicamos, já algum tempo e que teve repercussão em todo o País, principalmente no mundo empresarial, também no Exterior, que a comunicação é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento, como a gerência de uma administração pública.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que abrangeu 10 mil pessoas, concluiu que a comunicação, ou os relacionamentos, é responsável por 85% do êxito seja de uma pessoa ou de uma organização. Isso inclui até mesmo casamentos, sociedades empresariais, manutenção de emprego, relações sociais e interpessoais.
Há depoimentos de executivos, muitos dos quais CEOs, sustentando que os projetos para serem bem-sucedidos dependem de uma comunicação transparente, honesta, coerente e proativa. Em outros termos, a inexistência de uma comunicação inteligente, profissional e competente contribui para a ocorrência até mesmo de crises institucionais.
Citamos aqui um fato recente ocorrido em Ibiúna, envolvendo graves problemas com a coleta de lixo, que é objeto de denúncias e reclamações em todo o município.
Publicamos aqui, com base em documento oficial, que o secretário de Desenvolvimento Urbano, ao responder a um requerimento de um vereador, declara que o serviço de coleta de lixo “está normalizado”. Tão logo a notícia foi divulgada, causou imediatamente reações de perplexidade por parte de muitos munícipes. Alguns fizeram comentários irônicos e deram provas postando fotos de acúmulos de lixo em muitos lugares.
Ou seja, a manifestação do secretário vai contra evidências documentadas por meio de fotografias, em que se veem montes de lixo sem ser recolhidos por dias ou mesmo semanas.
Algumas pessoas chegaram mesmo a comentar que o secretário estaria se referindo a outro lugar, mas não ao município de Ibiúna, pois sua afirmação não encontra respaldo na realidade.
Todos sabemos das dificuldades por que passa o Brasil e, por consequência os municípios que tiveram suas arrecadações diminuídas, mas isso não significa que se possa tapar o sol com uma peneira.
Ou seja: com sua declaração, o secretário provocou reações em cadeia de críticas que, aparentemente, não podem ser desmentidas pelos fatos observados.
Um órgão não pode conseguir aprovação e aplauso popular se vive como se tivesse em uma redoma isolado da voz da população, sem deixar de ter um desgaste ruinoso em sua imagem pública.