IMPASSE ENTRE PREFEITURA E LOCATÁRIOS DE BOXES NA RODOVIÁRIA AINDA PERMANECE

A assessoria de Imprensa da prefeitura de Ibiúna informou que na última sexta-feira (16) pela manhã foi realizada reunião entre o prefeito, o secretário de Turismo e locatários de espaços comerciais no Terminal Rodoviário. Segundo a nota, os comerciantes “concordaram em liberar o local para conclusão da reforma da rodoviária” e que eles “irão se reunir com a engenharia da empresa que está executando a obra para definir a melhor maneira de desocupação” (do espaço).

A revista vitrine online ouviu alguns locatários ainda na sexta-feira, antes e depois da reunião, e observou um notável medo sobre o futuro dos seus negócios, já que acreditam que “haverá uma nova licitação” e “há gente que está aqui há vinte anos, que iria para aonde?”. Todos os ouvidos se mostraram favoráveis à reforma, mas desconfiam de propósitos ocultos da prefeitura e acham que o assunto ainda não está resolvido e que “é preciso conversar mais ainda”, afirmou um comerciante.

No dia 13 de junho, em reunião realizada no Auditório Municipal, ficou decidido que os locatários dos boxes teriam que desocupá-los para que as obras pudessem ser realizadas. Na ocasião, em entrevista à vitrine online, o atual prefeito informou que a prefeitura iria providenciar, na parte de fora da rodoviária, acomodação para as lojas continuarem funcionando, o que ainda aconteceu. Os serviços de reforma feitos até agora são insignificantes. Pedimos o nome da empresa responsável pelas obras, mas até a conclusão deste trabalho não havíamos obtido a resposta.

Em outra notícia recente distribuída pela administração, a prefeitura ressalta ter publicado no Diário Oficial do Município, edição 434, página 07, uma “notificação…a fim de garantir que em dez dias os locatários tenham cumprido o que ficou estabelecido na reunião de junho”, fato que também contribuiu para tornar os locatários ainda mais inseguros.

Calamidade

Por ocasião da manifestação de rua realizada em junho em Ibiúna, com a participação de mais de mil e quinhentas pessoas, a maioria absoluta jovens, o Terminal Rodoviário foi exatamente o ponto em que a passeata pelas ruas se encerrou. Quando ali chegaram, ouviam-se os gritos de “lixo, lixo, lixo” para qualificar a situação desse lugar que deveria ser um cartão de visitas, já que se trata de uma cidade turística.

Ainda na sexta-feira, em meio a uma arquitetura pesada e obsoleta e um visual desagradável, indigno de um serviço público à população, era difícil se desviar de uma enormidade de moscas voejando no interior da rodoviária. Nada foi feito nos banheiros internos que já poderiam estar reformados, porque aparentemente não há nada que impeça que isso seja feito. Os dois banheiros externos improvisados são de dar nojo à multidão diária que não tem alternativa para partir ou chegar de ônibus.

Sonho anunciado 

 Há meses, a revista vitrine online anunciava assim a possível reforma da rodoviária: A tão esperada e necessária reforma do Terminal Rodoviário de Ibiúna, que se encontra abandonado há anos, deverá ser iniciada até o fim deste mês (abril). Serão refeitos os revestimentos das paredes e forro, as instalações elétricas e hidráulicas, os pisos, os sanitários, além da construção de banheiros para pessoas com necessidades especiais. As esquadrias e divisórias, a pintura, cobertura para taxistas e outras melhorias também serão feitas no local. O recurso no montante de R$ 500 mil, proveniente do Departamento de Apoio às Estâncias – Dade, que estava disponível desde 2012, mas não foi utilizado para essa finalidade, deverá ser devolvido pela prefeitura àquele órgão estadual. Esse desvio da verba deverá ser relatado ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público, a fim de que os responsáveis [da administração anterior] respondam por esse essa irregularidade. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.