IBIÚNA – AUTORIDADES DA SAÚDE “PEDEM” QUE VITRINE ONLINE DÊ TAMBÉM NOTÍCIAS “BOAS” E NÃO SÓ AS “RUINS”

Dois profissionais da Saúde, em cargos elevados, escreveram mensagens para o editor de vitrine online “pedindo” que publicássemos também notícias “boas”, não só as “ruins”. Foram educados em seus termos e nos provocaram uma autocrítica, que partilhamos aqui com nossos leitores.

Jamais deixamos de publicar notícias do setor da saúde de interesse público, como as campanhas de vacinação, de testes gratuitos para diagnóstico de doenças graves, de atitudes exemplares de médicos, etc. E prosseguiremos a divulgar tudo que servir para alertar e orientar corretamente a população, como as informações sobre “Dezembro Laranja”, mês que marca a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, com a colaboração da  Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

Além disso, as autoridades ou pessoas mencionadas em nossas publicações têm direito irrestrito de comentar, criticar, esclarecer, apontar problemas, que respeitamos por princípio ético e profissional.

Mas, afinal, o que são notícias “boas” e “ruins”? Boas para quem, ruins, para quem? Notícia boa é aquela que agrada as autoridades e ruins, aquelas que desagradam?

Gostaríamos de dar somente boas notícias, mas, francamente isso é possível? Podemos dar boa notícia se ela não corresponde aos fatos reais observados?

Um veículo de comunicação é um serviço de utilidade pública e social. Vendo sob esse ângulo, notícia boa, por princípio, é aquela que corresponde a fatos de interesse legítimo da população em geral.

Se há fatos que demonstrem que os serviços de saúde funcionam de modo satisfatório, que, diga-se de passagem, deveria ser o procedimento correto, não há razão para notícias “ruins”. Se uma rua ou estrada esburacada é consertada com qualidade técnica e material, isso é uma notícia boa. É isso que os cidadãos experimentam no dia a dia? Se a coleta do lixo é feita com regularidade e bem-feita, o que seria o normal, haveria motivo para dar uma notícia “ruim”?

Mais importante, nesse cenário, não é o aspecto de serem “ruins” ou “boas” as informações, mas identificar se as notícias e artigos publicados distorcem a realidade, não são fundamentados em bases concretas e verificáveis ou inverdades.

Muito bem, quantas vezes a atual administração pública se manifestou sobre as publicações de vitrine online, para desmentir ou corrigir notícia. Resposta: nenhuma.

Quantas vezes o editor de vitrine online procurou obter informações da Prefeitura ou esclarecimentos da Prefeitura? Resposta: inúmeras vezes, sem obter retorno.

Já escrevemos nestas páginas reiteradamente que o Executivo ibiunense não baseia suas ações em uma política profissional competente de comunicação e isso foi uma das causas da lamentável perda de credibilidade, mas não a única.

As mídias impressas e os webnoticiários são as pontes naturais entre as autoridades e a sociedade. Quando a comunicação é falha ou inexistente, naturalmente corroem a imagem das autoridades, seja do Executivo ou do Legislativo.

Por fim, fica aqui – e esperamos ser compreendidos – a esperança de que possamos publicar mais notícias “boas” do que as “ruins”, pois continuaremos nosso trabalho, com o máximo respeito aos leitores, de buscar mostrar os fatos como eles são realmente, ainda que tenhamos que enfrentar os problemas causados por uma miopia injustificável com a missão que cumprimos de servir a população, em primeiro lugar.

Por último, mas não menos importante, por que será que vitrine online vem aumentando consideravelmente o número de seguidores, fato não só gratificante como indicativo de que estamos no caminho certo? (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *