CORONAVÍRUS – EXCESSO DE INFORMAÇÕES E ISOLAMENTO GERAM ESTRESSE BRUTAL

O mundo foi pego de calças curtas com a pandemia do coronavírus que se disseminou por todo o mundo a partir do foco onde surgiu, em uma cidade chinesa, talvez em dezembro, ou seja, há pouco mais de três meses. Hoje, se estima que haja um milhão de infectados no mundo, com mais de 45 mil mortos.

Como todos os fatos já ocorridos e registrados pela História, incluindo outras pestes, também o mundo da informação ou notícia cumpre ciclos que podem ser interpretados graficamente. Tem um começo, uma evolução (crescimento), um ápice e, depois declina, na medida em que o interesse humano por algo deixa de existir ou se torna inexpressivo.

Ocorre que vivemos na era da informação universalizada e, por isso, mesmo a incrível e diversa massa de informações como ondas nos atingem de forma contínua e intensamente, especialmente quando se trata de uma ameaça real de contágio e do medo que a divulgação dos óbitos nos assustam descomunalmente.

Há, ainda, um componente agravante: a imposição obrigatória de isolamento das pessoas em suas casas, especialmente os idosos, que experimentam um confinamento jamais imaginado nessas proporções nos tempos atuais.

A somatória de desses dois fatores – excesso de informações e isolamento – nos retiram de nossas histórias tal como estávamos habituados até poucos meses atrás, quando nos beijávamos, nos abraçávamos, íamos a festas, enfim, nos sentíamos livres para nos movimentar e nos relacionar uns com os outros.

Agora passamos a viver uma nova realidade que, todos os sinais indicam, ou seja uma mudança do nosso jeito de viver para os próximos séculos. O mundo jamais será o mesmo daqui para a frente e tomara que seja para melhor, pois o mundo antes da crise do coronavírus era extremamente violento, injusto, desigual, destrutivo, enfim, execrável sob a rubrica do sistema capitalista. Era mesmo o da economia, não se importando com vidas!

Não falta até mesmo teorias psicografadas, oriunda de espíritos de luz, ensinando que esse fenômeno de dor e sofrimento tem como fundamento uma regeneração da Natureza, tão agredida pelo homens-vírus do planeta. Uma simples proteína, somente visível em microscópio eletrônico, parou o mundo e confinou a humanidade, parte da qual já se destinou aos cemitérios ou crematórios, sem direito ao velório.

O que valia até pouco tempo atrás, e agora nos referimos aos mandatários e chefes de estado, às leis, à estrutura dos poderes constituídos, já pode ser deixado de lado. O despreparo, a burocracia e as miopias dos dirigentes políticos se revelam como a nos dizer que as autoridades somente são autoridades porque assim são chamadas, mas vivem em outras realidades distantes do povo real e sofredor.

Por fim, cabe assinalar. O médico oncologista Drauzio Varella, 76, que popularizou a informação médica por meio da TV e da radio, nos avisa: “Nós (o Brasil) não temos estrutura para lidar com uma epidemia dessa. Vai demorar muito para voltarmos à vida normal.”

Se estiver certo, estamos todos “avisados” de que precisamos cuidar especialmente de nossa saúde mental a fim de que, depois de nos protegermos contra o coronarírus, não nos tornamos uma sociedade ainda mais doentia. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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