FUNDO ELEITORAL DE R$ 5,7 BILHÕES SE TORNA UM ABACAXI PARA BOLSONARO
Mesmo os mais fiéis seguidores do presidente Bolsonaro parecem desaprovar a decisão tomada na última quinta-feira (15) pelo Congresso Nacional de quase triplicar o valor do fundo eleitoral que passou de R$ 2 bilhões na eleição municipal de 2020 para R$ 5,7 bilhões para distribuir aos candidatos nas eleições de 2022.
Ao fazer essa reserva na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias os parlamentares federais, senadores e deputados, elevaram o Brasil à classificação de primeiro lugar nesse tipo de gasto no mundo.
Além disso criaram um dilema político considerável para o presidente que se encontra internado em um hospital paulistano para tratar um problema gástrico.
Se Bolsonaro vetar a medida descontentará o centrão que constitui sua base nas duas Casas de lei, se a mantiver descontentará seus seguidores, muitos dos quais são críticos ácidos das condutas dos parlamentares aos quais imputam muitos dos males que se verificam na política brasileira.
O advento de uma nova crise política ocorre em um cenário tenebroso, que inclui uma pandemia impiedosa, com centenas de milhares de mortos, cerca de 15 milhões de desempregados, uma CPI da covid-19 em andamento que, a cada dia, cutuca zonas sombrias e sensíveis a fim de revelar e comprovar a existência de corrupção no governo em torno de atos relacionados à compra de vacinas.
Se for verdade o que escrevem alguns articulistas de que a doença de Bolsonaro ocorre num momento em que ele estaria “à beira de um ataque de nervos”, então pelo que se observa não faltarão motivos para que o chefe da Nação encontre um ambiente pouco favorável à sua recuperação emocional.
Quando retornar a Brasília, depois de ter alta hospitalar, um enorme abacaxi o estará aguardando por obra e arte de senadores e deputados interessados em contar com recursos para se reelegerem em 2022, com dinheiro vindo dos bolsos da população. (C.R.)
