PERSONA – DANILO BROLL: “IBIÚNA É MEU LAR”

Confesso que, quando terminei de ouvir as respostas gravadas por Danilo Broll, fiquei emocionado. Consegui enxergá-lo em outra dimensão, além da percepção superficial das relações cotidianas. Descobri que se trata de um personagem movido pelo amor por sua família e pela humanidade e pela simplicidade em seu modo de ser.

Em suma, uma história digna de ser compartilhada sobre o cineasta ibiuense que agora vai produzir seu primeiro filme fora da cidade, em São Paulo.

Vitrine online: Quem é Danilo Broll?

Danilo Broll: Danilo Broll é um sonhador, que acredita no amor, na paz da humanidade, que acredita que tem que plantar para as novas gerações essa paz, mas mostrando a verdade, sempre a verdade.

VO – Qual é seu nome original?

DB – Danilo Roberto Godinho. Sou filho de d. Cida e do seo Davi. D. Cida é muito conhecida em Ibiúna. Ela trabalhou e se aposentou pelo Banco do Brasil e seo Davi é conhecido como caminhoneiro. Eles são tudo na minha vida; eles, meus irmãos e minha família. Nasci em Piedade em 1974, uma cidade pela qual tenho um carinho muito grande.

Meus pais criaram seis filhos, além de mim, Leandro, Jacqueline, Débora, Felipe e Rodolfo. Todos moram em Ibiúna. Só o Leandro se mudou para Sorocaba. Meus filhos é tudo o que eu tenho e o meu amor e tudo o que eu prego é pelo futuro deles.

VO – Como surgiu o Broll?

DB – Surgiu um dia. Eu estava com vários amigos e a gente tava sapecado, bêbados.Um deles me chamou de Broll, querendo dizer brother (irmão, em inglês), mas só conseguiu dizer Broll. Daí um foi falando para o outro e fui virando Danilo Broll.

VO – Como você se tornou cineasta?

DB – Eu fiz dois anos de marketing, depois caí pro mundo da televisão. Meu primeiro programa foi o “Planeta Azul”. O “Planeta Azul” era uma equipe e saia muito caro pra vencer aqui em Ibiúna, mas o “Planeta Azul” foi um show de bola.

VO – Fale mais desse itinerário…

DB – Eu aprendi criar e editar vídeos. Sempre fui bom para escrever. Tenho várias composições, várias músicas minhas. E a criação de vídeos veio porque minha cabeça é um roteiro. Quando penso em algo, já roteirizo, sem perceber.

Aprendi editar vídeos no dia a dia. No começo, não editava. Postava vídeos curtos, mas aí fui aprendendo. Depois comecei, com a ferramenta do Facebook, a postar ao vivo. A gente começou a usar essa prática e está começando a dar certo. O ao vivo às vezes chama muito a atenção.

VO – Você já está nessa estrada há anos e ficou famoso em Ibiúna.

DB – Já produzi mais de 20 filmes. Começou com a websérie “Caipiras Imortais”. Fiz 10 filmes aleatórios: “A Carta”, “A Princesa e o Monstro”, “Fé”, “O que há dentro de mim”, etc. Depois começaram os filmes longa metragem: “Livre Arbítrio”, “Força das Mulheres”, “A Noite”, “O Frio”. Agora a gente foi convidado para trabalhar com um cineasta em São Paulo.

VO – O que significa Ibiúna para você?

DB – Ibiúna é minha casa, meu quintal. Eu ando nesta terra desde criança. Ando em tudo o que é canto dela, desde a mata, desde o sítio, desde o centro. Eu fiz 18 anos de eventos com Rock and Roll e vários estilos musicais. A entrada era sempre um quilo de alimento. Nesse período arrecadamos mais de 80 toneladas de alimentos, sempre dando e ajudando a população local.

VO – Você foi candidato a vereador.

DB – Eu me candidatei três vezes a vereador em Ibiúna. Para mim é sempre uma experiência, porque eu sempre vivo cobrando das autoridades. Penso que não adianta só cobrar, mas também participar diretamente das decisões.

Eu não fui eleito porque o povo é vendido, o povo vende o voto, adora viver da miséria que os governantes dão. Vive de pessoas que praticamente surrupiam a cultura, a educação, o nosso sistema. O povo gosta de assistencialismo. Então em mim eles não vão votar porque eu sempre vou sair (candidato) porque minha visão é que não tenho que dar nada a ninguém, eu tenho que lutar por eles na Câmara Municipal para que a administração pública ande certo.

VO – O que acha dos políticos ibiunenses?

DB – É claro, sempre tem um e outro bom, mas a maioria já entra movida a não trabalhar. Tem politicagem, tem esqueminha. A maioria eu acho que não deveria ter voto, porque não mostra nenhuma capacidade de estar lá. Acho muito ruins os políticos ibiunenses.

VO – Que mais?

DB – Agradecer você, Rossini, pela história que você está fazendo*. Você também é muito importante na história de Ibiúna. Acredito que não estamos à toa aqui. Somos lutadores às vezes mal interpretados, mas somos pessoas que queremos o bem de Ibiúna.

Eu amo Ibiúna, esse é meu lar. Amo minha terra e se um dia eu vencer, vai ser aqui nesta cidade, para eu levar o nome dela para o mundo.

  • PERSONA é uma coluna publicada por vitrine online e faz parte de um projeto da revista de publicar um livro sob o título PERSONAGENS IBIUNENSES.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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