ITUPARARANGA – CHUVA ABAIXO DO ESPERADO AUMENTA CRISE DA FALTA DE ÁGUA
O Grupo de Trabalho de Crise Hídrica do Comitê da Bacia Hídrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT) se reuniu nesta terça-feira (16) e definiu novas ações para tentar conter o problema nos municípios que dependem das águas da represa Itupararanga.
Como a chuva esperada não vem – choveu apenas 28% do esperado para o mês de novembro – uma sugestão do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) de reduzir a vazão em mais 0,25 m3/s a partir de quinta-feira (18) foi acatada. Além disso, o grupo elaborou um documento que determina o prazo de 15 dias para que os municípios apresentem medidas efetivas de restrição de consumo.
“A vazão de entrada de água no reservatório esperada, de acordo com a média histórica, seria de 9,88m³/s, enquanto hoje a vazão registrada é de apenas 2,75m³/s. Com isso, as ações que já eram necessárias se tornam extremamente urgentes”, diz Viviane Oliveira, diretora executiva da SOS Itupararanga e uma das profissionais que compõem o GT de Crise Hídrica.
Com a nova redução de vazão, o volume captado será de 2,75 m3/s, com a previsão de novas reduções caso não se consiga manter o reservatório na cota mínima de 817,50m.
Sobre as ações dos governos de cada cidade que depende da Itupararanga, Viviane explicou que o consumo humano é responsável por 80% da utilização da água da bacia do reservatório e do Rio Sorocaba, por isso medidas de redução de consumo são essenciais. “Tem agricultura, outros usos, mas é o abastecimento da população que mais consome água na região. Os prefeitos precisam fazer alguma coisa ou todo mundo vai ficar sem água”.
ABAIXO DA COTA MÍNIMA
Atualmente, a represa opera no volume de 817.47 m, o que representa 21,04% de sua capacidade total. Embora esteja ainda acima do volume morto, esta cota já está abaixo do que se considera o nível mínimo seguro definido pelo GT de Crise Hídrica para operar a represa, que é de 817.50 m.
ETA VITÓRIA REGIA
De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) Sorocaba, será preciso fazer um ajuste na Estação de Tratamento de Água (ETA) Vitória Régia. Isso porque a bomba que faz a captação de água, que deveria estar submersa, já está acima do nível da água do rio, o que mostra o tamanho do problema enfrentado.
ALUMÍNIO
Dentre as cidades que dependem da água de Itupararanga, Alumínio é uma das que está em situação mais crítica. Nos últimos meses, teve de prolongar a tomada d´água dentro do reservatório em mais de 200m para alcançar a água, que recua cerca de 10 metros quase que a cada semana, o que prejudica todo o sistema, a oferta de água e acende o sinal amarelo para todos os outros municípios.
MINISTÉRIO PÚBLICO
Atuando no Grupo de Atuação Regionalizada de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), o promotor Antonio Domingues Farto Neto sugeriu a realização de novas audiências públicas para tratar da crise hídrica. Segundo ele, um envolvimento maior dos agentes regionais pode mostrar a sociedade que o debate é urgente.
Em outubro, de acordo com a porta-voz da SOS Itupararanga, uma audiência na Câmara de Sorocaba, convocada pela vereadora Fernanda Garcia, reuniu diversos segmentos da sociedade. A SOS Itupararanga foi convidada pela vereadora à época, e já alertou sobre a necessidade de providências por parte dos prefeitos da região. Na oportunidade, a pressão foi maior em cima do governo de Sorocaba que, no ponto de vista dos agentes públicos, não estaria dando a devida importância à crise. Fonte: SOS Itupararanga