CRÔNICAS DE IBIÚNA – ATÉ QUANDO TEREMOS MAIS DO MESMO?

Depois de um sábado cheio de tribulações, em que investimos muitas horas de nossa dedicação profissional [exatamente 10 horas] para bem informar a população ibiunense sobre as implicações da importante mudança das operações do Terminal Rodoviário para a rua Guarani e Mercado Municipal, não sei explicar o porquê mas nesta madrugada sonhei que estava no comando de um veleiro nas águas do Atlântico.

Solitário e atento ao timão, singrava um mar de almirante e me sentia confiante, pois tinha como certo de que tudo dependia somente de mim e não de outras pessoas, com as quais nem sempre podemos contar porque elas simplesmente funcionam como reféns de perspectivas singulares imprevisíveis.

Não me importa que não venham entender essa escrita metafórica: cumpri minha obrigação ética e profissional com os meus leitores, como única publicação que, de fato, deu, de sobra, a melhor informação para os usuários dos serviços de transportes do município, tendo sido até mesmo copiada de modo canhestro.

O resultado não podia ser diferente e muitos foram os leitores da notícia, assim como os comentários, sempre pedagógicos para a compreensão do entendimento público dos fatos noticiados.

Deixo deliberadamente aqui de citar o número de autoridades que procurei insistentemente em busca de informações precisas e corretas por razão singela: a vida de milhares de pessoas poderia sofrer diretamente os efeitos de uma mudança desse porte.

Por mera coincidência li, no domingo enquanto no céu azul o sol brilhava, um pequeno e oportuno livro de Paul Watzlawick (1921-2007), psicólogo reconhecido em todo o mundo e um dos mais notáveis teóricos da teoria da comunicação, fundador de um instituto de pesquisas nessa área em Palo Alto, Califórnia, nos Estados Unidos. Ali, logo nas primeiras páginas, se encontra uma advertência instrutiva: às vezes, quanto mais se espera que uma coisa mude [para melhor], mais continua do mesmo jeito.

Mas, jamais desistiremos de contribuir e de agir para que, dure o quanto tempo durar, haja um despertar da consciência, até que os agentes políticos revejam não tardiamente seus próprios atos, que os representam em conteúdo e forma.

Ah! Ia me esquecendo do sonho! A viagem foi tranquila, mar de almirante, vento favorável, inflando as velas, algumas aves marinhas cantando e volteando no céu, uma ilha com praia de alvíssimas areias próxima à qual se via o fundo do mar, peixes nadando lentamente, quase sonolentos.  (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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