IBIÚNA – MEDO À FLOR DA PELE NA RUA GUARANI

Mais uma vez vitrine online esteve hoje (14) na Rua Guarani para onde foram transferidos os pontos de ônibus que funcionavam no Terminal Rodoviária de Ibiúna e que estão funcionando de modo precário, sujeitando os usuários do transporte público ao relento, sol, chuva, buracos no local onde funcionam os pontos, ou seja, a uma falta de respeito aos direitos do cidadãos.

O repórter da revista ouviu 15 pessoas que aguardavam nos pontos, entre pessoas jovens e idosos. Todos, sem exceção se queixaram das condições a que foram relegados. Igualmente todos preferiram não gravar entrevista. A justificativa comum: medo de retaliação.

Registramos dois tipos de medo. Um difuso, genérico, parte da cultura no município. Medo de se expor perante vizinhos e a opinião pública de modo geral. Outro específico. Exemplo: “Meu filho trabalha na Prefeitura e não quero prejudica-lo.”

Uma adolescente, ao lado da mãe e de irmãos, disse que “é chato ficar esperando nesse lugar; além disso, a demora por um ônibus é muito cansativa”.

A maioria não tinha conhecimento de quando o Terminal Rodoviário terá sua reforma concluída. Uns acharam que em breve já estaria pronto, mas não sabiam que as obras deverão estar concluídas, se tudo ocorrer com a previsão da empresa construtora, no mínimo em agosto deste ano. Essa data, pelo que se observa, não será cumprida, pois essa data consta da placa obrigatória que foi instalada na área da obra, já com um mês de atraso, como noticiamos.

Atualmente, cerca de quatro empregados da construtora estão realizando o trabalho de remoção da camada de reboco em parte de dois pilares, nada além disso.

Vitrine online também detectou que há grande esperança de que a nova rodoviária de Ibiúna será um grande avanço em relação àquilo que a população qualificou de “lixo”, tal o estado de miserabilidade em que se encontrava o Terminal Rodoviário, sujo, malcheiroso e degradado, já que fora construído há 34 anos e permaneceu todo esse tempo sem ao menos uma restauração digna desse nome.

Mas, quando os novos gerentes da cidade marcarem a data da sua inauguração, procurarão tirar todo proveito político desse fato o que, podemos admitir, é seu direito, mas jamais poderemos esquecer mau planejamento da mudança dos pontos para a Rua Guarani e o enorme custo social cobrado da população que depende exclusivamente do transporte público municipal que, é bom lembrar, é pago pelos usuários. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *