IBIÚNA – PERTURBADORES SOCIAIS ATERRORIZAM FAMÍLIAS EM VÁRIOS BAIRROS

Com o status de crime mais comum cometido continuamente no município de Ibiúna, a perturbação de sossego voltou a ser nesta terça-feira (11) um dos temas predominantes na reunião mensal do Conseg – Conselho Comunitário de Segurança, que reúne, na sede da OAB, autoridades do setor de segurança pública e representantes de entidades e cidadãos.  

Esse crime, que em Ibiúna, está sujeito a multas de valores elevados, se caracteriza nas seguintes situações: som muito alto, algazarra, gritaria, tocar instrumentos musicais sem restrições ou até mesmo permitindo que seu animal de estimação faça muito barulho.

Mas a situação real é mais grave. Já houve até homicídios por conta dos conflitos gerados por som muito alto. Há reclamações, incluindo intimidação com armas em punho, disparos de armas de fogo e ameaças inescrupulosas.

Muitos cidadãos de bem, e nos referimos aqui a grande número de famílias, vêm sendo aterrorizados por indivíduos que se comportam de modo criminoso, como se não tivessem nada a perder, já que parecem pouco se importar com eventuais punições de natureza legal.

Tanto a Polícia Militar quanto a Guarda Civil de Ibiúna têm atuado, dentro das normas legais, de modo a coibir esses crimes que ocorrem às dezenas, sobretudo nos fins de semana, sem que seus autores sejam efetivamente punidos, além do pagamento de multas quando há autuação.

MEDO

O grande obstáculo desses crimes reside no fato de que muitos cidadãos se sentem prisioneiros do medo, uma vez que, para haver uma ação policial objetiva, é preciso que as vítimas façam um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia, tendo que se identificar como queixosos.

Como fazer isso “sem correr risco de morte” por parte de indivíduos que, segundo se comenta, têm um modo de vida “no mínimo suspeito”, que necessariamente não moram em Ibiúna, mas têm origem desconhecidas em bairros de São Paulo e municípios da Grande São Paulo?

Para alguns deles, segundo depoimentos de vítimas,“pagar multas” não é problema.

TRISTEZA E REVOLTA

Márcio Inácio Martins, em um dramático depoimento feito na reunião do Conseg, recebido com sentimento de indignação pelos demais participantes da reunião, teve que abrir mão de uma chácara que amava no bairro dos Tavares, há cerca de seis meses, por se sentir inseguro diante das ameaças feitas por perturbadores.

Num determinado momento se viu diante de três homens em frente ao portão de sua propriedade, provavelmente armados, pois aparentemente escondiam as armas nas costas, achou que era hora de tomar uma atitude radical, já que havia procurado a polícia, registrado boletim de ocorrência, sem que tenha havido uma solução segura. Sentiu falta da Justiça.

Resumindo: resolveu vender, por um valor bem inferior ao do mercado imobiliário, tomando grande prejuízo. Além da questão econômica, Martins falou do amor pela propriedade que foi a realização de um sonho de toda a família.

No bairro dos Rodrigues, outro homem que participou da reunião do Conseg [pediu para não ser identificado], pelo mesmo motivo comum a essa problemática, o medo, disse que toda a sua vizinhança vive sob temor constante, além de ter seu direito ao sossego violentado.

Disse que graças à ação da Polícia Militar, e também da GCM, “a coisa ficou um pouco calma”. O comandante da Policia Militar em Ibiúna, capitão Ricardo Machado, anotou o endereço de sua propriedade e, certamente, vai adotar medidas visando proteger as famílias que ali residem. Certamente, os criminosos terão ficar com a barba de molho, desde já.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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