IBIÚNA – CÂMARA IMPÕE CONDIÇÕES PARA APROVAR VERBA EXTRA PARA A PREFEITURA

A Prefeitura estará na berlinda na sessão desta terça-feira (10), a última do ano, na Câmara Municipal de Ibiúna.

Nesse dia, o parlamento ibiunense deverá apreciar dois projetos de lei pedindo verba extraordinária para pagamento de duas empresas contratadas pela Prefeitura.

A MedLife [contratante dos funcionários, em greve por atrasos de pagamentos, que trabalham nos 16 postos de saúde de Ibiúna, no montante de R$ 700.000,00].

O Igats [responsável pela gestão do hospital municipal para pagamento das empresas quarterizadas que operam, por exemplo, o laboratório de análises do hospital, no total de R$ 5.650.000,00].

NA BERLINDA

Como os dois projetos já elaborados, seguindo as exigências do Legislativo, serão apresentados na última sessão da Câmara, necessitará tramitar em regime de urgência, que precisa ser solicitada, possivelmente pelo líder do Governo, vereador Devanil Andrade (PSD).

Porém, a votação somente acontecerá se houver pedido de urgência assinado por 2/3 dos parlamentares, ou seja, dez vereadores.

REUNIÃO NA CÂMARA

Na manhã da última quinta-feira (5) o prefeito Paulo Sasaki acompanhado de alguns secretários se reuniram com o presidente da Câmara, vereador Lino Júnior (PSDB), e mais cinco vereadores [veja abaixo].

O encontro, pedido por Sasaki, visava a chegar a um acordo sobre a aprovação de uma verba extraordinária no montante de R$ 6.350.000,00 para pagamento do Instituto MedLife e do Igats – Instituto de Gestão, Administração e Treinamento em Saúde, com sede em Osasco.

A MedLife mantém funcionários da área de saúde que atendem nos 16 postos de saúde que entraram em greve no dia 2 último, por falta de pagamentos de salários, FGTS, 13º e férias e rescisões contratuais, conforme a TVUNA e vitrine online noticiaram amplamente. O motivo seria o fato de a Prefeitura não repassar os recursos à empresa.

No caso do Igats, também pelo mesmo motivo, esta organização não estaria pagando as empresas quarterizadas que prestam serviço no Hospital Municipal de Ibiúna – HMI. Por isso, estaria havendo falta de materiais como tubos e coletores para exames de sangue e urina. Mães de crianças se queixaram por essas carências no Pronto Socorro Infantil.

PRESIDENTE “REPUDIA” FALA DO PREFEITO

Como recordou o presidente do Legislativo, Lino Júnior, a Prefeitura já havia enviado projeto para obter recursos além do orçamento fixado em 2023 para o exercício de 2024, incluindo uma “generosa” quantida de R$ 9 milhões, destinada à área da saúde.

Em seguida, o prefeito veiculou um vídeo, em que apelava “aos nobres vereadores de Ibiúna para que aprovem o projeto, a fim de que possamos honrar os pagamentos”. O presidente da Edilidade, Lino Júnior, em defesa institucional da Casa, repudiou a fala do prefeito, fez um protesto público contra o argumento do chefe do Executivo, por este ter atribuído [ou deixado entender] a responsabilidade pelos atrasos de pagamento à Câmara. Aliás, outros vereadores também se sentiram desconfortáveis com as palavras de Sasaki, como apuramos.

VEREADORES PROTESTARAM

No entanto, houve até mesmo uma manifestação em frente ao Paço Municipal com a participação de vereadores e funcionários da MedLife, incluindo o líder do prefeito na Câmara, vereador Devanil Andrade (PSD).

Na ocasião, o vereador Naldo Firmino (PRD) – ele foi eleito vice-prefeito – representando os demais, declarou que os parlamentares não aceitavam a forma como foi elaborado o projeto único pedindo R$ 6.350.000,00, sem especificar sua destinação corretamente.

“O projeto está incorreto”, afirmou o parlamentar, esclarecendo que a apreciação e eventual aprovação da verba extraordinária seriam aceitas somente se houvesse detalhamento especificando claramente como serão destinados os recursos.

“Pelo modo que estava o projeto de lei, os funcionários da MedLife não receberiam os pagamentos”, assinalou Firmino.

QUEM PARTICIPOU

Da reunião solicitada pelo prefeito participaram [pela Prefeitura]: O prefeito Paulo Sasaki;  e os secretários de Governo, Tiago Albertim; Planejamento e Gestão Orçamentária, Agenor Pereira de Camargo; da Saúde, Valdir Messias; de Negócios Jurídicos, Euzébio da Silva.

Da parte da Câmara participaram os vereadores: Lino Júnior (PSDB), presidente da Casa; Fernando Piu (PL); Valnei Galvão (Republicanos); Paulinho Dias (PSD); Walmir Jr. (PSD); Abel do Cupim (PL). O líder do governo, vereador Devanil Andrade (PSD), não participou da reunião.

Após uma assembleia, a categoria {profissionais da saúde que trablham nos postos de saúde de Ibiúna} decidiu pela greve, iniciada no dia 2.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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