Aos professores de Ibiúna, com carinho!
Quem acompanhou nesta quarta-feira (23) a assembleia dos professores de Ibiúna, na frente do Paço Municipal, em defesa do direito de receber o piso nacional da educação, pôde ouvir suas queixas que refletem um largo e antigo espectro de desrespeito.
[É preciso ressalvar que essa questão não se originou no atual governo de Ibiúna, ao qual, no entanto, caberá encontrar a solução.]
Apresentaram aos secretários municipais em duas reuniões realizadas numa sala do gabinete [o prefeito e o vice-prefeito estavam fora da prefeitura] a demanda principal, mas também mencionaram um assunto aparentemente irrisório, mas de extremo significado simbólico: a falta papel higiênico nas escolas.
Não é de hoje que as mestras [a maioria absoluta são mulheres] se viram nos trinta para ter condições mínimas para exercer sua profissão essencial para a formação de crianças e adolescentes para a vida.
Vitrine online tem uma coleção de notícias sobre suas manifestações. Em março de 2015, para ficar num exemplo, centenas delas saíram pelas ruas centrais da cidade e se concentraram em frente à prefeitura para “exigir condições mínimas de trabalho”.
E, na assembleia de ontem, quando ficou decidido que a categoria vai parar na segunda-feira (28), não a totalidade das professoras porque essa atividade é considerada pela lei essencial e não se pode prejudicar o ensino das crianças.
Segundo o sindicato da categoria 70% delas devem comparecer às salas de aula enquanto 30% continuarão à frente do movimento já na mesma segunda-feira, ás 11h, em frente ao Paço Municipal, quando esperam receber a decisão do Executivo sobre o direito reivindicado.
O sindicato postou um vídeo pedindo aos pais que colaborem com o movimento e deixem seus filhos em casa na segunda-feira porque, afinal, os professores precisam ter seu direito salarial respeitado. Eles estão recebendo menos do que R$ 24,33 por hora aula, conforme determina o piso nacional da educação.
Vitrine online lembra que o prefeito Mário Pires foi eleito com a mais extraordinária quantidade de votos da história política do município.
Na eleição de outubro de 2024, se notabilizou, entre outros motivos, por seu questionamento, na condição de presidente do CACS-Fundeb, em relação às verbas recebidas do Fundeb destinadas ao pagamento dos professores que ficou na marca do pênalti para servir de base para um pedido de cassação do prefeito.
São esses mesmos professores que esperam agora que ele se sensibilize a fim de corrigir um erro, que certamente não lhe cabe, mas que se apresenta como um dever de quem foi eleito como personagem central de uma enorme esperança.
Estamos confiantes de que, na condição de advogado e defensor da justiça, o prefeito de Ibiúna saberá agir com sabedoria. (C.R.)
