MAIO É O MAIS FEMININO DOS MESES E TEMPO DE REFLEXÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Maio é mês da flor-de-maio com suas belas e catitas flores róseas. É também o mês mais feminino do calendário gregoriano. É o mês das mães, das mulheres, das noivas, das flores e de Maria. A origem do seu nome se deve a Maia, deusa grega da fertilidade, que significa a capacidade de produzir vida, relacionada a um dos principais propósitos do casamento.

Dos oitocentos mil casamentos que se realizam por ano no Brasil, maio só perde para setembro e dezembro, mas se mantém como tradição dentro da Igreja Católica como preferência para os casais ajustar alianças e dizer sim diante do altar na cerimônia religiosa.

A flor-de-maio é epífeta, pois pode viver sobre tronco e ramos de árvores, que os utiliza como suporte. Pertence à família das cactáceas, de caule pendente e achatado, articulado e sem espinho. Suas flores são geralmente róseas e bagas vermelhas. É nativa do Brasil e cultivada como ornamental. É também conhecida como flor-de-seda, lírio-do-vale e margarida-de-árvore.

Flor e mulher formam um par tão idílico quanto lírico, pois a mulher é fonte do amor. E amor significa exatamente isto: vida.

No passado muitas mulheres foram lançadas na fogueira simplesmente porque eram belas, e não feiticeiras como eram acusadas perante a mesma Igreja Católica, e provocavam incontrolável ciúme daquelas que se comparavam com elas. Mas também acontecia de as mulheres serem realmente feiticeiras por serem, na realidade, muito inteligentes, conscientes e rebeldes diante de uma sociedade hipocritamente conservadora e prisioneira de dogmas que não podiam ser alvo de críticas.

A mulher tem sido vítima do mundo masculino e patriarcal ao longo da história. Nos dias de hoje ainda sofrem, e muito, transformadas em propriedades privadas de homens que tem a mente retida no tempo das cavernas em que se assemelhavam e agiam como animais.

A flor-de-maio, como as demais flores que enfeitam os jardins, é naturalmente livre, mas o mesmo não acontece com a mulher, pelo menos com a maioria delas. A sociedade de machistas crepusculares [homens “destruídos” por um sistema econômico que os rejeita] transforma a mulher em alvo de descargas de frustrações e impotência dos homens. Mulher apanha se não quer fazer amor, é morta se decide romper uma relação com maridos e namorados, é encoxada no interior de trens, ônibus e metrôs sempre lotados, assaltada, estuprada. E o Estado e a Justiça se mostram incompetentes tanto para impedir esse fenômeno brutal quanto para punir severamente os criminosos.

O cenário cruel vivido no Brasil pelas mulheres exige das autoridades dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário a adoção de medidas urgentes contra os crimes cada vez mais banalizados que se cometem contra as mulheres.

 

 

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.