OPINIÃO – MOSCA AZUL PODE ALTERAR COMPORTAMENTO DOS VEREADORES NO SEGUNDO SEMESTRE

A fragilidade e, por vezes, a notória precariedade dos compromissos assumidos na esfera política em Ibiúna reivindicam uma análise mais detida em relação às características comportamentais dos agentes que participam diretamente do poder. É o caso dos vereadores, que desempenham um importante papel representativo da população em suas atribuições.

O atual mandato [com quinze edis, em vez dos dez da gestão anterior] já navega em mar alto somando um ano e meio de percurso. Os novatos [eleitos pela primeira vez, e que somam a maioria] já tiveram tempo suficiente para aprender o andamento da carruagem, que requer conhecimento dos limites regimentais, fechamento de acordos e posicionamentos em relação aos atos do Executivo.

Em 2013 até princípio do presente ano, com exceção de dois ou três vereadores oposicionistas, aparentemente houve um mar de almirante com vento de popa, com raras exceções. O acordo para fechar a mesa diretora foi tranquilo e a garantia de apoio ao prefeito contou com maioria folgada.

Como nada dura para sempre e sempre há necessidade de mudanças no curso da história, gradativamente se notou um lento, mas contínuo desgaste que gerou descontentamento na base governista, por interesses feridos. Parece que se via um castelo de areia que está sendo dissolvido, aparentemente por falta de maturidade por parte de quem se incumbiu de liderar a organização da conquista dos aliados.

Explica-se que alguém picado pela mosca azul e pela inexperiência terá se enchido de soberba e de ambições imediatas desmedidas e isso começa ter suas consequências que poderá desembocar diretamente na figura do prefeito.

As rachaduras na estrutura do poder camerístico já se deixam perceber e se teme pelo que poderá acontecer a partir do dia 5 de agosto, quando se realizará a primeira sessão ordinária, depois do recesso de julho. Os mais pessimistas preveem, por falta de sustentação à demanda dos vereadores, que estes se tornarão mais atrevidos em relação ao Executivo. Espera-se que haja bom senso e sobretudo uma visão madura e adulta em relação aos novos fatos. Afinal, é preciso agir com respeito. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.