SAÚDE DE IBIÚNA GANHA APOIO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA: ‘EM VEZ DE RECLAMAR, [É HORA DE] AJUDAR A RESOLVER’

Um alívio generalizado foi sentido hoje (25), logo após o término da audiência pública realizada na Câmara Municipal, em cuja berlinda se sentou o Sistema de Saúde de Ibiúna. Em vez de ser recebida como uma enorme vidraça à disposição das pedras, os vereadores trataram o tema com blandícia (carinho). Mesmo vereadores mais críticos se manifestaram de forma serena parecendo ter compreendido a situação crítica e o esforço que está sendo empenhado pela equipe do governo municipal para evitar até mesmo que o Hospital Municipal venha a ser fechado por falta de verbas. A galeria estava quase vazia.

Os vereadores foram além dessa postura favorável e se puseram explicitamente na condição de colaboradores, solidários na busca de solução dos problemas que estão sendo enfrentados – como tem sido reiterado pelo prefeito Eduardo Anselmo -, o que inclui a busca de recursos nos governos Estadual e Federal.

O que todos disseram, cada um a seu modo, pode ser sintetizado na seguinte fórmula preconizada a toda a população ibiunense: ‘Em vez de reclamar, [é hora de] ajudar a resolver’.

Quanto custa

Um dos temas tratados foi o custo operacional do Sistema de Saúde de Ibiúna, pergunta feita pelo vereador Odir Bastos, presidente da Comissão de Educação, Saúde e Assistência Social. O vice-prefeito e secretário interino da Saúde, Adal Marcicano, informou que para o Hospital Municipal funcionar são necessários R$ 1,5 milhão/mês, isto para pagamento de médicos, enfermeiras, auxiliares, fisioterapeutas, farmacêuticos; outros R$ 500 mil vão para pagamento da limpeza, lavanderia, alimentação; com medicamentos a média gira em torno de R$ 150 mil/mês. O sistema todo, incluindo a rede básica, se eleva para R$ 4 milhões/mês. No ano, as despesas giram em torno de R$ 48 milhões, uma cifra considerável para gerar os problemas apontados, tendo em vista que a receita orçamentária do município é de cerca de R$ 130 milhões.

Ainda sobre a questão de recursos financeiros [o xis da questão], o secretário de Rendas Internas, João Carlos Vieira Neto, anunciou um dado no mínimo perturbador: “Se os munícipes pagassem corretamente o IPTU que é devido à prefeitura, haveria recursos suficientes para a manutenção do sistema de saúde, como é necessário.”

Laboratório de análises

Houve diversas perguntas respondidas pelo secretário e seus assessores e um dos fatos que tem merecido atenção concentrada é o funcionamento do laboratório de análises no Hospital Municipal que, no momento, está atendendo somente os casos de emergência e urgência. A empresa que havia ganhado a licitação recentemente desistiu de assumir o serviço e deixou um abacaxi para ser resolvido, já que o descontentamento popular em relação a esse fato é palmar. Adal Marcicano anunciou que no dia 8 de outubro estará licitada a contratação de nova empresa especializada e que até lá “tudo funcionará na base do sacrifício” e “precisamos da compreensão das pessoas”.

Manifestações

Além de perguntar sobre o funcionamento das UBSs, se já haveria planejamento para que operem de modo satisfatório, o que foi confirmado pelo secretário da Saúde, o vereador Pedrão da Água, ressalvando que “a maioria da população ibiunense é constituída por pessoas muito boas”, disse que “há uma minoria que faz denúncias que, muitas vezes são, na realidade, sabotagem de natureza política, para prejudicar o atual governo”. Como os demais edis não poupou elogio e solidariedade à equipe que está se aplicando e enfrentando os problemas na área da saúde, que é também o problema número um do Brasil.

Após o encerramento da audiência pública, Adal Marcicano declarou que ela foi “muito proveitosa como união entre o Legislativo e o Executivo em prol da saúde do município; é dessa união que precisamos, não de rivalidade”.

A vereadora Rozi Soares Machado considerou “ótima” a audiência, mas ressalvou que ainda há pontos negativos a serem combatidos.

Israel de Castro afirmou que “houve alguns passos positivos ainda pequenos”, mas que abrem uma fresta de esperança.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Marco Mula, avaliou, diante do que foi dito, que “a saúde de Ibiúna está se recuperando”.

Participantes

Além das personalidades já citadas, também participaram da audiência pública o secretário das Finanças, Leandro Jesus da Silva; Priscila Carneiro, diretora da Rede Básica de Saúde; Carlos Barbosa, diretor do Hospital Municipal, e a enfermeira Sueli Cardoso de Oliveira que atua como coringa no hospital.

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.