HOSPITAL DE IBIÚNA PRECISA DE OUVIDORIA PARA ORIENTAR ATENDIMENTO À POPULAÇÃO

A crônica escassez e carência de qualidade dos serviços da saúde pública em Ibiúna exigem atenções e medidas especiais, que passam por melhorias imediatas de gestão, capacitação, intervenções éticas e morais e também uma inserção específica no plano das relações humanas com os pacientes. Considerando o perfil socioeconômico e cultural da população, faz-se premente criar um Serviço de Ouvidoria da Saúde baseado em local visível e transparente no Hospital Municipal, funcionando 24 horas por dia, com profissionais treinados para essa função específica, a fim de assegurar a satisfação do munícipe que precisa de cuidados médicos.

O serviço de ouvidoria – essa função faz parte da estrutura orgânica da prefeitura – em todo lugar tem como missão principal resolver problemas que não foram resolvidos nos procedimentos da estrutura formal de uma organização, incluindo hospital. Se alguém foi atendido de maneira ríspida ou agressiva, isso deve ir ao conhecimento da ouvidoria para que esse fato não se repita. É um exemplo.

A questão da saúde pública é considerada o problema número 1 do município e pode ser analisada sob vários pontos de vista – moral, ético, técnico, econômico, financeiro. Tanto é assim que mereceu até mesmo uma comissão especial na Câmara Municipal para levantar as denúncias de corrupção, desvios de verbas e superfaturamentos.

Mas agora parece oportuno sugerir essa medida já que temos um novo prefeito da cidade. Cabe a ele – e torçamos para que consiga pôr efetivamente a casa em ordem, como prometeu – tomar essa decisão que irá beneficiar a própria imagem pública da municipalidade, além de permitir obtenção de informações diretamente dos interessados, seguras e balizadoras para adoção de medidas de melhorias – em todas as áreas do hospital e da rede básica de saúde, uma vez que a Ouvidoria da Saúde concentrará informações de todo o sistema.

É importante assinalar que um serviço de ouvidoria deve funcionar com o maior grau de autonomia possível porque sua função é representar as necessidades e interesses dos pacientes e não defender a organização, mas orientá-la, assim como aos seus superiores. Se o ouvidor ou ouvidores não dispor desse poder e agir com excesso de cautela e medo, não poderá cumprir sua função adequadamente.

A adoção dessa medida, que estará além de uma tradição de iniciativas improvisadas e de baixa efetividade, certamente garantirá e estimulará a melhoria de qualidade no atendimento geral aos munícipes que precisam de atenção médico-hospitalar.

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Carlos Rossini é editor

de vitrine online

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.