Emoções, aplausos e desconforto marcam festa de posse na Câmara

Tomaram posse na manhã de ontem, em sessão solene na Câmara Municipal de Ibiúna, que durou mais de duas horas, o novo prefeito, o vice-prefeito e os quinze vereadores que compõem a nova legislatura, cinco a mais do que a anterior.

Familiares dos eleitos, amigos, correligionários, os novos secretários municipais e novos servidores que começam a ser nomeados para diversas funções administrativas superlotaram o auditório da Câmara.

Houve momentos em que afloraram emoções, lágrimas, por parte de alguns empossados e familiares na plateia, aplausos e uma demonstração unânime por parte dos vereadores de apoio explícito ao novo prefeito, em “tudo que for para o bem de Ibiúna”.

O vereador Leôncio Ribeiro da Costa (PDT), em suas breves palavras, manifestou apoio ao prefeito Eduardo, e disse, olhando para ele: “O senhor tem a cada de Ibiúna, prefeito”, provocando risos na plateia.

Paulo Cesar Dias de Moraes (PR), ao lembrar que trabalhava na roça aos dez anos e referir-se à sua família, chegou às lagrimas, ao pedir “ajuda para a nossa agricultura, sobretudo aos pequenos produtores que estão vendendo suas propriedades e se transformando em caseiros”.

Israel de Castro (PSDB) também chorou ao dedicar sua vitória aos seus pais. Olhando em direção à câmera que veiculava a sessão via internet, pois seus pais se encontravam em casa, disse que esse era um dos dias mais felizes de sua vida.

Aline Borges Alves de Moraes (DEM), conforme já havia adiantado em entrevista à vitrine online, reiterou sua disposição de ser vereadora de todo o município e não só de alguns e que atuará em defesa da mulher e dos adolescentes.

Rozi Aparecida Domingues Soares Machado (PV), que tem um estilo polêmico de falar, surpreendeu a todos com uma frase inicial: “Agradeço a todos, até mesmo aos meus inimigos que estão aqui para ver minha vitória”. Também reiterando o que dissera em entrevista à vitrine online enfatizou que lutará pela busca de uma identidade que foi perdida pela cidade e pregou união de todos para que surja uma nova Ibiúna.

Pedro Luiz Ferreira (PTB) propôs, em gesto dramático, que ao apertar as mãos do prefeito Eduardo e também as do vice-prefeito Adal Marcicano [na realidade transformado em abraços], estaria simbolicamente propondo um pacto aberto pelo desenvolvimento de Ibiúna. Ambos, Pedrão e o prefeito, se beijaram no rosto de modo fraternal.

Carlos Roberto Marques Júnior (PT), que acabaria sendo eleito em seguida o mais jovem presidente da história da Câmara Municipal de Ibiúna, ressalvando a independência da instituição, afirmou que fará uma gestão “séria e transparente junto com o Executivo”.

Pelo menos um vereador abriu mão de falar (tinha três minutos para isso) e deixou logo na primeira oportunidade de se fazer conhecer, assim como suas intenções, pelo público geral.

A primeira sessão da Câmara do ano será realizada no dia 5 de fevereiro, às 16 horas.

Desconforto

Na solenidade de ontem ficou claro que as instalações da entidade são insuficientes para acolher a quantidade de pessoas que para lá acorreu. Sentiram-se como se estivessem dentro de uma sauna, pois não há nem sequer um único ventilador no auditório. A falta de local para estacionamento fez com algumas pessoas deixassem seus veículos na Rodovia Bunjiro Nakao.

O desconforto atinge também os vereadores (a alguns pelo menos até agora falta gabinete de trabalho) e no plenário há espaço mínimo que mal lhes permitem se movimentar sem esbarrar nas cadeiras, além da curiosa situação de alguns vereadores se sentarem de constas para outros, porque não preparam adequadamente o prédio para receber cinco novos vereadores.

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.