CORPO DE MULHER É ENCONTRADO BOIANDO NO RIO SOROCABUÇU EM IBIÚNA
O corpo de uma mulher foi encontrado hoje (1º), por volta das 8h20, boiando no rio Sorocabuçu, próximo da ponte de acesso à rodovia Bunjiro Nakao, na saída de Ibiúna para São Paulo. Trata-se de Jurema Soares Pinto, 49, residente no centro da cidade. Casada com Benedito Aparecido Pinto, 51, há quinze anos, convivia com ele há vinte e um, e tinham dois filhos. Tinha também uma filha de vinte e sete anos do primeiro casamento.
O boletim de ocorrência elaborado na Delegacia de Polícia foi aberto como morte suspeita, mas seu marido disse que ela deixou na cozinha um bilhete de despedida da família, escrito com letras trêmulas. Ainda de acordo com ele, sua mulher tomava remédios, tinha problemas psicológicos e vinha sendo tratada no Caps de Ibiúna.
“Ela era nervosa com tudo e estava sempre muito preocupada com a neta, filha de sua filha, e com os filhos. Às vezes ficava tão descontrolada que tentava se ferir ou ferir alguém, especialmente eu. Por isso, escondíamos facas e outros objetos que poderiam ser perigosos”, disse Benedito Aparecido Pinto à vitrine online.
Informou ainda que ela já fizera outras tentativas de pôr fim à vida, “a última delas há cerca de vinte dias, quando ameaçou jogar-se na frente de um carro, tendo sido impedida por um funcionário de um supermercado. A família reside há pouco mais de quinhentos metros do local onde seu corpo foi encontrado.
Últimos momentos
“Acho que ela premeditou seu ato”, admitiu o marido que trabalha como encarregado de obras e sai cedo para o trabalho. Como sofria de dores na coluna, “pediu para eu deixá-la dormir sozinha no quarto, de modo que pudesse esticar os braços; fui então dormir na sala. Ela ficou ouvindo música e vendo fotos no celular.”
Um dos filhos sai uma e trinta da manhã para trabalhar num galpão de tomate e Benedito disse que, depois que ele saiu, foi deitar em sua cama no quarto dos filhos. “Acho que ela saiu de casa por volta das 2h30, depois que todos estavam dormindo.
O marido disse que às seis horas da manhã se levantou, tomou café, foi ao quarto para se despedir da mulher e viu que a cama estava vazia, foi para a cozinha e, junto com o outro filho do casal, encontrou o bilhete de despedida [que, de acordo com ele ficou com o filho]. Ambos, já preocupados, saíram para encontrar a mulher até que acabaram sabendo que o seu corpo estava no rio.
“Estou sem chão, não sei o que fazer, ela se preocupava com tudo e tratava seus filhos como se fossem crianças, tal a sua preocupação com eles.”
Doadora
Benedito disse também que era desejo de sua mulher, depois que morresse, doar todos os seus órgãos e a Delegacia de Polícia foi avisada desse propósito. A pessoa que viu a mulher boiando acionou uma equipe do Resgate Municipal, que retirou seu corpo [muito inchado] e o colocou na margem do rio, onde estava seu par de tênis.
“Não havia nenhum sinal de violência em seu corpo, apenas escoriações na perna esquerda, provavelmente provocada por alguma das pedras que ficam perto da ponte”, informou o GCM Carvalho, que atendeu a ocorrência com seu colega Watermann.
A perícia foi feita no local e o corpo levado para o IML de Sorocaba