NO PERIGO DA HORA – “PAZ E AMOR, IRMÃOS”!

A nação brasileira, ou seja, o conjunto da população do país, está envolta pela emanação mefítica da podridão dos atos corruptos de maior magnitude de sua história – e a chamada Justiça se mostra ambivalente ou claudicante em suas decisões sobre esse tema – dá sinais de estar caminhando para uma perigosa fenda social.

O comunismo, que nem sequer convalesce no mundo, vem sendo evocado cada vez com mais fúria e ódio exacerbado até mesmo por pessoas aparentemente comuns em ataques virulentos como se sua famigerada coorte tivesse de fato esse poder que lhe estão atribuindo nos tempos atuais.

Separar o país em esquerda e direita é dividir os próprios brasileiros, como se uma força repugnante estivesse borbulhando, como as emanações que emergem do fundo dos pântanos. O perigo da hora é exatamente esse: irmãos se estranhando em torno da ambivalência ideológica que não combina com a cultura prevalente no Brasil.

Talvez haja, no pano de fundo, uma teoria conspirativa querendo acender o pavio de explosivos sociais rigorosamente nefastos. O país está esfacelado com tanta e inaudita corrupção, que é exatamente esse o inimigo que temos em comum.

Radicais existem – a psicologia social identifica essas presenças corrosivas mais como um problema de sanidade mental do que propriamente de um compromisso ético ou idealista, com uma transformação da realidade como proposta pelo materialismo histórico.

A dor indisfarçável do Brasil tem origem na perversão de valores como honestidade, correção ética, verdade, transparência, justiça e a ambição hedonista ao extremo de políticos e empresários que roubam sem o menor pudor ou escrúpulo a riqueza produzida pela nação. E a Justiça [embora tenha-se que admitir que tenha representantes probos, mais exceções do que regra] tem contribuído para a quebra da confiança e da credibilidade que são eixos que sustentam o organismo de um país.

Os parlamentares federais [há certamente exceções], como se observa nos noticiários, incorporam à perfeição os papéis de vilões empedernidos, mantendo um clima que enoja os brasileiros espantados com tanta desfaçatez e pinoquialidade. Mente-se praticamente sobre tudo.

Há um fio de esperança em andamento que tem na figura do juiz Sérgio Moro o emblema – que pretendem destruir em defesa da eternização de um sistema podre, corrupto e, sobretudo, injusto, porque tem causado muito sofrimento, incluindo doenças e mortes, à população brasileira.

Estes corruptos são os verdadeiros materialistas, uma peculiaridade atribuída ao comunismo. Dinheiro, apartamentos, fazendas, residências e muita grana escondida no exterior [uma parcela já foi detectada na Lava-Jato]. Sim, dão o máximo valor à matéria em forma de objeto$ sonantes e todas as formas de propriedades que combinam luxo com prazer.

Esse é o tema central de uma teoria conhecida como deontologia, embora enganosa: o dinheiro, muito dinheiro, é a chave que atrai o prazer e afasta a dor e o sofrimento, e danem-se aqueles que são desvalidos. Problema deles, pensam os espertalhões!

Em suma, e é o que queremos realçar, enquanto os brasileiros, talvez até mesmo sendo teleguiados por forças em fermentação [quanto pior, melhor], começam a alimentar animosidade extremada, com rancor e ressentimento, uns contra os outros, o bonde da história segue para alguma direção, não se sabe exatamente qual. Se vivêssemos nos tempos da contracultura hippie escreveria: “Irmãos, paz e amor!” (Carlos Rossini)

 

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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