ITUPARARANGA – NÍVEL (COTA) FICA MAIS BAIXO; PIORA A QUALIDADE DAS ÁGUAS
A falta de chuvas e o consumo contínuo das águas da represa Itupararanga para produção de eletricidade pela Votorantim Energia têm contribuído para baixar ainda mais o seu nível (cota), o que piora ainda mais a qualidade das águas pela carga de esgoto in natura que recebe diariamente.
No começo de agosto, dr. André Cordeiro, biólogo e professor da Universidade Federal São Carlos – Ufscar, campus Sorocaba, estimava que a cota estaria, na ocasião de 40%, quando o mínimo desejável é de 60%.
Segundo ele, a redução do volume do reservatório compromete cada vez mais a qualidade das águas [que ele monitora há 10 anos] que vem piorando ano a ano. “Estamos passando por um período de seca desde o começo do ano e a operação [uso das águas para produção de energia elétrica] do reservatório baixou demais a cota.
Vitrine online vem acompanhando e divulgando fatos relacionados com a Itupararanga de modo contínuo, esperando despertar tanto as autoridades quanto a população para as sérias consequências, entre as quais, se as medidas necessárias apontadas pelo professor da Ufscar não forem tomadas, a transformação da represa em um pântano daqui a vinte anos.
A importância do reservatório para o ecossistema é inquestionável, já que serve para abastecer largas faixas da população de Sorocaba e Votorantim, além de constituir um dos maiores patrimônios turísticos do município de Ibiúna.
A cada dia, toneladas de esgoto in natura vindos de Vargem Grande Paulista, São Roque, Caucaia do Alto (Cotia) e dos rios do próprio município, seguem para as águas da Itupararanga. Tecnicamente, de acordo com o dr. André Cordeiro, as medidas já são conhecidas, o que é “preciso são ações políticas” a serem tomadas sobretudo pelas autoridades de Ibiúna, já que cerca de 63% da extensão líquida da represa se encontram em território ibiunense.
Neste domingo (9), vitrine online voltou a fotografar um trecho da Itupararanga, a partir de um dos seus inúmeros braços no bairro da Cachoeira e pode constatar a queda da cota das águas.
É verdade que não se encontra como vitrine online registrou em agosto de 2014, quando terá ocorrido a maior estiagem dos últimos cinquenta anos.
Na ocasião, seu editor, jornalista Carlos Rossini, atravessou a pé o leito da represa e observou apenas dois pequenos regatos provenientes de minas de água contribuintes da represa.
Viu lagartos tomando sol onde antes havia uma profundidade de cinco metros, além de mato típico de brejo crescido, pedras de fundo, caramujos e carapaças bivalves secos.