IBIÚNA – MÃE QUER SABER DAS AUTORIDADES DA SAÚDE POR QUE SUA FILHA NASCEU MORTA

Em depoimento encaminhado ontem (16) à noite a vitrine online, mãe pergunta às autoridades da Saúde de Ibiúna por que sua filha nasceu morta? Ana Carolina iniciou seu pré-natal no Posto de Saúde Central, na avenida São Sebastião, e prosseguiu no Posto de Saúde do Residencial Europa, onde reside. Ela tem uma filha de 3 anos.

Sua narrativa informa que, sentindo fortes dores, foi com seu marido ao Hospital Municipal de Ibiúna na madrugada do dia 14, passou por exame na Casa da Gestante e que o médico disse a ela que deveria fazer uma ultrassonografia, pois não escutou o batimento cardíaco do bebê, uma menina, no oitavo mês de gestação.

Teria dito ainda que, se não tivesse recursos pagar o exame numa clínica particular, procurasse atendimento no Hospital de Cotia.

Lá chegando foi examinada por uma médica que diagnosticou que a bolsa havia estourado e que a criança estava morta. Foi imediatamente internada e o bebê foi retirado como num parto normal. O Instituto Médico Legal de Cotia realizou autópsia no bebê. O laudo deverá ser concluído em 40 dias.

Leia a íntegra do seu depoimento. A família, evangélica, conforme apuramos, não pretende tomar medida judicial, mas que saber o que de fato aconteceu em sua gestação, “para que isso não venha a acontecer com outras mães”

DEPOIMENTO

“Me chamo Ana Carolina Rezende Messias, moro em Ibiúna, no bairro do Residencial Europa e tenho 18 anos, estava gestante, esperando uma menina a ESTHER, quando descobri já estava no 3 mês de gestação, tentei fazer o pré-natal, porém desde o início não fui muito bem acompanhada, não conseguia fazer os exames pois os médicos alegavam que não havia recursos, ou então não estava agendando, enfim aquelas coisas que estamos acostumados; na madrugada do dia 14 para o dia 15 com 8 meses de gestação fui ao hospital [Hospital Municipal de Ibiúna] entre 3h30 e 4h00 com dores fortes na barriga.

Fui acompanhada pelo meu marido e pela minha irmã, mas entrei no consultório do médico sozinha já que eles não permitem acompanhante, ao entrar fui atendida pelo médico, que não sei o nome pois não estava utilizando nenhum tipo de identificação, mas me recordo que ele possuía uma tatuagem no braço.

O médico me examinou e disse que não estava conseguindo ouvir o coração da minha Esther, disse ainda que eu estava com “um dedo de dilatação”.

O médico me disse também que eu precisava fazer um ultrassom, porém no Hospital de Ibiúna não conseguiria, pois no dia seguinte era feriado e eles não estavam fazendo esse exame.

O médico me mandou pra casa dizendo que eu precisava fazer esse exame e que se não tivesse dinheiro [para realizar o exame em uma clínica particular] deveria ir até o hospital de Cotia, onde conseguiria fazer o exame e com sorte seria internada.  Completou dizendo que se lá não quisessem me internar deveria voltar para Ibiúna com um pedido de internação que o hospital de Cotia [Hospital Regional de Cotia – HRC] iria me entregar.

Com fortes dores e preocupada com minha Esther fui para Cotia, chegando lá [no HRC] fui atendida. A médica me examinou e disse que além de não ouvir o coração do bebê a bolsa já havia estourado fazia algum tempo, fui internada e encaminhada a sala de parto… Minha pequena Esther nasceu morta. Até agora não tive respostas, ficou somente a saudade e minha revolta de ter perdido minha Esther.”

O funeral foi realizado no dia 16/11 e o vereador Ismael pereira foi quem me ajudou com o sepultamento.”

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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