IBIÚNA – RESORT NÃO RECEBE RECAPE DA ESTRADA DA CACHOEIRA
Concluídas em novembro último, as obras de recapeamento da Estrada da Cachoeira, numa extensão de 10,840 km, até o momento não foram recebidas, por problemas técnicos, pelo Clara Ibiúna Resort.
Na verdade, dois meses depois que o recape ser feito, já começou a apresentar, em muitos pontos, trincas, desintegração [esfarelamento] na surperfície do pavimento, afundamentos na pista.
O Clara Ibiúna Resort informou ter pago R$ 15,5 milhões à empresa contratada para executar a obra – TDF – Ambiental e Comercial Ltda., e está a exigir o cumprimento da qualidade técnica estabelecida em contrato para aceitar a obra concluída, o que, ao que tudo indica, somente acontecerá quando os defeitos apresentados forem corrigidos.
Usuários habituais da estrada, incluindo turistas, ouvidos por vitrine online, têm apontado os notórios defeitos na pista e tendo a impressão de que “nem parece que a estrada foi recapeada”. Os reparos na estrada estão sendo realizados de forma lenta, talvez por causa das chuvas. É notável a quantidade de remendos a serem feitos (foto).
ENTENDA O CASO
O grupo Clara Resort, com uma unidade no município de Dourado, no interior de São Paulo, adquiriu uma exuberante fazenda na margem da represa Itupararanga, localizada quase no final da Estrada da Cachoeira, onde se instalou, tendo sido inaugurado em 18 de dezembro de 2017, e vem ampliando suas atividades. Atualmente oferece 330 empregos diretos no município e conta com 131 apartamentos. Tem sido também cenários para a realização de diversos eventos.
Quando manteve contato com a Prefeitura, ainda no governo anterior, recebeu como contrapartida do seu investimento isenção fiscal por dez anos [alguns tributos integralmente, outros parciais], ficando a seu cargo realizar o recapeamento da estrada, o que aconteceu no ano passado.
Em maio de 2022, a Prefeitura divulgou uma notícia em que comemorava o início das obras “com recursos próprios”, depois de ter autorizado sua realização, por meio de decreto, pelo próprio Resort. “Esse foi o papel da Prefeitura, para que pudéssemos realizar a obra”, informou uma fonte da empresa. Agora, a pedido de vitrine diz a Prefeitura:
“Informamos que a referida obra foi realizada através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal e o Clara Resort, o qual foi beneficiado com a Lei de Incentivo Fiscal, sendo o empreendimento isento de parte dos impostos municipais, com a contrapartida da realização da obra de recapeamento e manutenção da via por 10 anos.”
No entanto, a responsabilidade da “manutenção da via por 10 anos” não foi estipulado no decreto, ressalva o Resort.
EXIGÊNCIAS TÉCNICAS
O projeto original do recape da Estrada da Cachoeira previa investimento de R$ 12 milhões, mas empresas de consultoria especializadas em estradas exigiram melhorias técnicas que elevaram seu custo para R$ 15,5 milhões.
Vitrine online entrou em contato com a TDF para saber sua posição sobre o assunto. Um dos seus sócios respondeu: “Nada a declarar.”