IBIÚNA – PREFEITO É ALVO DE POSTAGEM EM GRUPO SOCIAL

O folclore político brasileiro inclui uma frase que simboliza os momentos em que o mandato vai chegando ao fim. Dizem que ‘a temperatura do café servido vai esfriando’, para se referir à perda gradativa de reverências.

Nas portas abertas para seu último ano de mandato, o prefeito Paulo Sasaki foi alvo de uma “indelicadeza”, digamos assim. Um senhor que se assina Moises da Silva, há cinco dias, postou uma foto, no freqüentado “Bazar das Meninas de Ibiúna”, em que aparece o chefe do Executivo ibiunense mexendo a terra com uma pá, com uma legenda:

“Eleições vêm chegando e o prefeito laranja (sic) de Ibiúna querendo mostrar serviço que ta trabalhando para a população de Ibiúna.”

Houve 88 comentários de populares, 100% dos quais em forma de chacota, alguns dos quais não reproduziremos aqui por uma questão de elegância e por conterem termos demasiadamente ofensivos.

Alguns observaram que ele “nem sabe pegar na pá”. “Atrás dele tem muito capim pra roçar.” “Engraçado é que o povo cai e vota.” “Olha isso, kkkkk!” “Onde aperta prá ‘desver’ essa foto? Vergonha alheia!”

Ficamos apenas nesses cinco comentários, porque, afinal, uma autoridade eleita pelo voto da população merece respeito.

Politicamente, no entanto, como esse fenômeno foi espontâneo, deve merecer atenção, considerando que o atual prefeito já anunciou que é pré-candidato à reeleição.

Se essa manifestação no grupo social for um reflexo, uma amostra ainda que diminuta de tendência do eleitorado ibiunense, então, talvez, sua equipe de apoio deve considerar a realização de uma pesquisa, a fim de avaliar seu potencial eleitoral, com base na ciência.

Por enquanto, não se sabe muita coisa além de quatro personalidades que se disseram pré-candidatos ao cargo de prefeito de Ibiúna, mas certamente esse número vai engordar, enquanto, nos bastidores, há um comércio para aquisição de legendas partidárias.

No cotidiano, ouvindo as pessoas, parece haver uma clara desaprovação do atual governo. Ouvindo uma senhora, que se encontrava numa calçada da Rua Vereador Benedito de Campos, mostrava notável desapontamento.

“Olha isso” – disse – apontando o Terminal Rodoviário que se encontra em reforma há mais de dois anos. Essa obra se tornou o símbolo central das críticas da população ao atual governo de Ibiúna, mas não o único.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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