IBIÚNA – DISSÍDIO DE 1,46% GERA GRANDE IMPACTO NA IMAGEM DO EXECUTIVO

O atual governo de Ibiúna sofreu um brutal desgaste em sua imagem pública em decorrência da exorbitante demora e caótica reforma do terminal rodoviário, que, de sobra, foi inaugurado sem que estivesse concluído.

Se esse fato permanecer na memória da população até o dia 6 de outubro, quando haverá eleições municipais, poderá refletir negativamente na contagem de votos em favor do atual prefeito que pretende a reeleição.

Agora, um fato novo se junta a essa questão com provável impacto e consequências eleitorais similares.

O projeto de dissídio anual dos servidores municipais encaminhado pelo prefeito à Câmara Municipal fixando um aumento de 1,46% para repor a perda inflacionária foi lido em plenário, na sessão desta terça-feira (16), mas não foi votado, devendo ter, a partir de agora, uma tramitação normal e não em regime de urgência como se previa.

[A foto desta notícia é uma reprodução do vídeo postado pela Prefeitura no dia 11.4, quando o prefeito anunciou que estava enviando o projeto para a Câmara, o que de fato ocorreu na tarde do dia 10.4]

Os vereadores temendo igualmente um forte desgaste junto aos servidores, que também são um significativo número de eleitores, com reflexos na população em geral, se livraram de um abacaxi de casca dura.

Ao contrário do que havíamos noticiado, com base nos comandos das líderes sindicais que representam a categoria durante assembleia realizada em frente ao Paço Municipal na sexta-feira (12), se previa que o auditório do Legislativo estaria superlotado, como uma forma de sensibilizar os vereadores para que rejeitassem a proposta do Executivo. Uma das diretoras da entidade chegou a conclamar às funcionárias que levassem apito e nariz de palhaço.

Mas não foi isso que aconteceu. Compareceram pouquíssimas pessoas que, ao saberem que o projeto não seria votado, deixaram o auditório, depois de aguardarem por duas horas o início da sessão.

É provável que um grande número de servidores não tenha comparecido porque estavam no serviço, por algum receio e também por não acreditarem que haveria boa notícia, já que a lei eleitoral proíbe desde o dia 9 de abril e até o final do ano qualquer aumento que exceda o valor de R$ 1,46, enquanto municípios vizinhos, como São Roque, fizeram reposição de R$ 5,5%.

Na verdade, o prefeito deveria enviar o projeto a tempo, a fim de que não caísse na restrição imposta pelo STE para todo o Brasil, mas tomou essa medida na data colada com a data limite para definir o índice de reposição inflacionária, aparentemente sem acatar os requerimentos feitos pelos vereadores exatamente para evitar essa situação.

Um especialista em legislação, disse a vitrine online que isso teria ocorrido exatamente porque, provavelmente, as contas da prefeitura não estão boas e essa seria uma forma de evitar aumento de despesas.

Apesar da notável insatisfação com a administração municipal, os servidores somente poderão receber este ano aumento entre R$ 10 e R$ 20 por mês, desde que o projeto volte à pauta do legislativo e seja aprovado.  

ATENÇÃO

No entanto, o prefeito eleito em outubro poderá, no mês de janeiro de 2025, se for sensível às necessidades dos servidores, conceder um aumento para compensar as perdas deste ano.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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