IBIÚNA – RESTRIÇÃO NA TRANSIÇÃO DO GOVERNO LEMBRA A METÁFORA DA LIMONADA

É nos momentos de dificuldades que os homens revelam seus valores morais.

É notório que a atual administração está impondo regras leoninas por meio de decretos ao processo de transição do governo para o prefeito eleito, advogado Mário Pires.

No entanto, ao invés de provocar esmorecimento de ânimo, as dificuldades, por si sós desafiadoras, estão revelando um ator político vibrante e ousado.

Como, por estilo de conduta, não é pessoa de forçar portas fechadas com golpes de aríete, o prefeito eleito está se mobilizando intensamente, junto com seu vice-prefeito, Naldo Firmino, em relacionamentos com autoridades em outros níveis para abrir caminho para o êxito do seu governo que se inicia no dia 1º de janeiro de 2025.

Reuniões com aliados ou não na Assembleia Legislativa de São Paulo, com o governador Tarcísio de Freitas, com o secretário estadual de turismo do estado [afinal, Ibiúna é uma estância turística, até hoje pelo menos nominalmente], com agendas em Brasília nos próximos dias.

Nessas andanças, já visando buscar novos recursos para o município, Pires e Firmino estão demonstrando uma disposição de espírito que celebra, na prática, os 21.661 votos recebidos numa eleição histórica no dia 6 de outubro.

As imposições assinadas pelo atual chefe do Executivo, reduzindo em 19 dias o período dos trabalhos de transição de governo, estão provocando uma reação de perplexidade em parcela da opinião pública ibiunense.

Cidadãos, sobretudo aqueles que acompanham mais atentamente o importante andamento dos fatos políticos, passaram a suspeitar, diante das restrições compulsórias por parte do atual prefeito, de que “estão tentando esconder” algo da população. De qualquer forma, esse acontecimento revela uma contradição entre o que é dito que haverá uma transição pacífica e a realidade objetiva, o que representaria apenas e tão somente uma mera questão de retórica.

Em suma, o que parece ser uma imposição inflexível poderá ser motivo para transformar o azedume do limão numa deliciosa e saudável limonada, pela superação que somente contribui para uma avaliação crítica de um governo que está em seu crepúsculo. (C.R.)  

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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