“PERDEMOS A ELEGÂNCIA E A DELICADEZA”, DIZ TONY RAMOS SOBRE COMPORTAMENTO HUMANO

“O que está faltando às pessoas é elegância e delicadeza”, afirmou hoje (12) o ator Tony Ramos, 66, durante sua participação no programa “Encontro com Fábima Bernardes” [TV Globo] que discutia o comportamento antissocial cada vez mais agressivo, egoísta e desrespeitoso. As atitudes gentis e corteses perderam espaço para uma vida agitada, gritada e ofensiva, que inclui condutas nocivas de levar vantagem sobre os outros, quando o não o uso mesmo de diversas formas de violências, das mais veladas e discretas às mais contundentes. “Colocar-se no lugar do outro” foi sugerido no programa. Trata-se, na verdade de uma oportuna forma para impedir o embrutecimento da vida no cotidiano.

Ramos, que é considerado pelos colegas de profissão como pessoa íntegra e bem-humorada, além de ser premiado pelas suas impecáveis interpretações tanto em novelas quanto no cinema, lamentou que “a elegância e a delicadeza” tenham sido perdidas como forma e qualidade de relacionamentos sociais dentro da família e em todos os outros ambientes, como escola, trabalho, na rua.

No interior dos aviões, segundo depoimento da uma aeromoça, as pessoas abusam falando alto umas com as outras, sem considerar o direito dos demais passageiros, abusam do uso de celulares que é proibido por poder interferir nos aparelhos eletrônicos da aeronave. No debate do programa, com outros participantes, ficou claro que esse panorama atende pelo nome de falta de educação básica.

Diariamente, a falta de respeito e a lei da vantagem se veem, por exemplo, nos estacionamentos em que as vagas reservadas para idosos e pessoas portadoras de deficiência são ocupadas por jovens ou pessoas que fazem vista grossa e praticam agem de modo irresponsável. “Ah!, não tinha visto”, dizem quando são flagradas por guardas, policiais ou vigilantes. Não raro, há episódios de bate-boca ou confronto físico por uma vaga para carro.

Nesse elenco de fatos de falta de educação e grosserias são corriqueiras cenas em que “espertinhos” procuram furar filas em bancos, lotéricas e para tomar condução. Quem ainda não viu de perto, é assustador observar quando trem ou metrô estacionam e abrem suas portas nas estações. As cenas chegam a ser brutais e frequentemente há pessoas que saem feridas tal o comportamento de manada da massa humana em que se incluem muitos que ainda vivem como se estivessem [e estão] na barbárie.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.