CRÔNICA – A NOIVA LARGADA NO ALTAR E O VASO DE PRATA

VASI DE PRATAA notícia diz que Katy Colins, 30, uma bela jovem inglesa de olhos azuis, formada em jornalismo, foi largada no altar, depois de um longo relacionamento. “Em vez de ficar comendo sorverte”, como disse, resolveu largar o emprego em um aeroporto, vendeu tudo que tinha e resolveu viajar o mundo e virar escritora, seu grande sonho.

Tudo que restou deveria caber em uma mala, comprou uma passagem para a Tailândia, só de ida, daí foi para a Índia, Chile, Bolívia, Peru, França, Holanda e Brasil, onde aparece em uma foto sentada em uma escada numa favela do Rio de Janeiro.

Ela criou um blog a fim de documentar a viagem e começou a ganhar leitores. Durante a viagem, Katy recebeu uma ligação de um editor e está prestes a lançar seu primeiro livro, que ela define como “a história de uma ‘Bridget Jones mochileira'”.

Logo que comecei a ler essa notícia, lembrei que em minha casa [já não vejo mais]  havia um vaso de prata que, originalmente, era um presente destinado a uma jovem brasileira de São Paulo, que, igualmente, foi “largada” no altar. Era professora querida pelas colegas, simpática e transparecia estar feliz porque ia se casar.

Em filmes, já vi mulheres fugindo do altar para casar com “um príncipe encantado” cujo amor corria em paralelo ao romance oficial. Fico matutando como a vida real é cheia de surpresas e penso como deve se terrível e dolorido ser abandonado no altar.

Mas, mesmo que isso aconteça num momento tão delicado, é preciso imaginar que terá sido melhor assim, pois como seria o comportamento de alguém que não estava preparado para compartilhar o amor com uma mulher. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.