IBIÚNA – PERUEIROS ESCOLARES, COMO “VOTO DE CONFIANÇA” AO PREFEITO, NORMALIZAM TRANSPORTE DE 735 CRIANÇAS NESTA 3ªFEIRA

ACORDO

A proposta de um acordo verbal feita em nome do prefeito Fábio Bello aos representantes dos perueiros escolares de Ibiúna, por volta das 18 horas de hoje (2), aceita como “voto de confiança”, normalizará o transporte das crianças da rede municipal de ensino nesta terça-feira (3). Hoje, por conta de uma decisão ratificada no sábado pela categoria [leia matéria em vitrine online], 735 crianças deixaram de ser transportadas gratuitamente por uma cláusula de supressão aplicada pela prefeitura em 2015.

Na verdade, esse entendimento ocorreu na terceira reunião do dia (uma às 10 horas, com a presença de três vereadores, outra, às 14h30) num evidente esforço das autoridades municipais [Fábio Bello não compareceu a nenhuma das reuniões], entre os quais o vice-prefeito Tadeu Soares; o secretário de Negócios Jurídicos, Jessé Romero Almeida; Ulisses Pessoa, da Administração e Sérgio de Oliveira, de Compras.

Ao explicar a situação à vitrine online, o presidente da Cooperativa de Transporte de São Paulo – Cootrasp, Antonio Aparecido Cardoso, acompanhado do diretor da entidade, Francisco Pereira da Cruz Filho, e de dois representantes do Sindicato das Cooperativas de Transporte do Estado de São Paulo – Sindicoop – afirmou, conforme ficou acertado, que irá esperar até a próxima sexta-fera (6) que os termos acertados sejam firmados por ambas as partes – Cootrasp/Prefeitura e passem a vigorar imediatamente. Caso contrário, a cooperativa interromperá novamente esse serviço não remunerado.

Ficou estabelecido que 1. a prefeitura irá cancelar a cláusula de supressão e que realizará os pagamentos relativos aos transportes que vêm sendo feitos gratuitamente pelos perueiros escolares; 2. o prefeito renovará o contrato com a cooperativa.

À tarte, o item 2 havia sido rejeitado de modo categórico pelo prefeito que, ouvindo seus assessores, poderá ter mudado de posição.

LEI DA MORDAÇA

O repórter de vitrine online havia recebido logo cedo convite formulado em nome do prefeito para acompanhar a reunião às 10 horas da manhã. Isso foi feito e como ficou decidido que a prefeitura e a Cootrasp fariam um cotejo de rotas e quilometragens realizadas para fins de acordo, fomos chamados para voltar ao gabinete às 14 horas para a continuação do encontro, mas não sabia que a imprensa, desta vez [ninguém foi previamente avisado] a imprensa estaria impedida de entrar na sala.

Assim, e de forma que lembra o espírito da lei da mordaça estabelecida no ano passado pelo governo Fábio Bello, o advogado-ouvidor da Secretaria da Educação, Fábio dos Anjos, de modo rude, deselegante e agressivo bateu e travou a porta de um corredor de acesso à sala de reunião na cara do jornalista. Como se não bastasse sua truculência inaceitável, quando perguntei seu nome ele respondeu: “Meu nome é Ninguém” e bateu a porta de modo estúpido. Esse episódio foi presenciado por outras pessoas e lembra tantas queixas feitas por pessoas humildes da população por maus tratos.

Esse profissional cumpre a função de ouvidor da Secretaria da Educação e dá um exemplo exatamente oposto ao que devia se comportar. Não se sabe de quem partiu a nova e contraditória ordem.  Não é a primeira vez que um funcionário de Bello agride um jornalista e nada acontece. Tomara que a OAB subseção de Ibiúna leia essa notícia. (Carlos Rossini)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.