PERIGO NA PISTA – ENFIM, PREFEITO ANUNCIA CONSTRUÇÃO DE CALÇADA NO INÍCIO DA ESTRADA DA CACHOEIRA

calçada da cachoeira

Vitrine online publicou cinco notícias apontando o grave problema de segurança – de quedas e atropelamentos – a que estão (ainda) sujeitos as pessoas que, para ir ou voltar da cidade a pé, caminham por uma valeta irregular, frequentemente coberta de mato e lixo. A primeira delas foi publicada no dia 25 de maio de 2015, sob o título: “Uma vergonha, diz mulher sobre sujeira e falta de segurança para chegar ao centro de Ibiúna.”

Ela se referia a uma valeta sinuosa e irregular, por onde escorrem as águas da chuva, que margeia o trecho inicial, em curva, da Estrada da Cachoeira. Nessa via, a partir de fevereiro daquele ano muitas famílias começaram a se mudar para o Condomínio Residencial Ibiúna [nome oficial dado a um conjunto de 472 residências do Programa “Minha Casa, Minha Vida”]. Atualmente, a população do condomínio ultrapassa a 2.000 pessoas que se utilizam diariamente da estrada para ir ou voltar da área urbana de Ibiúna e têm que caminhar pela pista de rolamento por falta de espaço.

Disputam espaço com ônibus, caminhões, carretas, carros, tratores, motos, etc. São jovens, bebês empurrados em carrinhos, idosos, pessoas com dificuldades de locomoção. Pelo menos uma mulher teve ferimento grave. Quando caminhava na valeta, escorregou, bateu com a barriga numa pedra e teve um buraco aberto no abdómem. Como é diabética o ferimento não cicatriza.

No dia 27 de maio de 2015, dois dias depois de a reportagem ser publicada, um trator da prefeitura se deslocou até o local e começou a desbastar o barranco, dando a ideia que a obra iria começar em breve, mas nunca mais voltou e nada além disso foi feito.

No dia 19 de abril de 2016, a mais recente notícia publicada por vitrine online foi apresentada sob o seguinte título: “Até quando, prefeito? – Perigo e desconforto continuam a atormentar moradores da Cachoeira.”

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Na edição de hoje (6) do “Imprensa Oficial”, página 50, jornal de notícias e informações legais da prefeitura, o prefeito anuncia que “as obras do calçamento serão iniciadas em breve. A nova iluminação entrará em fase de estudos para viabilização de sua instalação. Os serviços irão garantir mais segurança e comodidade aos munícipes que circulam no local”.

Em um jornal da cidade, o prefeito fez questão de posar para foto e de atribuir o mérito da obra a um de seus ex-secretários que se exonerou do cargo para se candidatar a vereador, dando uma tonalidade inequivocadamente política à notícia, em ano eleitoral. De um modo ou de outro, se a obra vier a ser realizada, será um fato auspicioso, considerando os perigos que as pessoas correm ali todos os dias. Além disso, não pegaria bem estar construindo calçamento novo e paisagismo na entrada da cidade até a frente do Paço Municipal e deixar o povo da Cachoeira naquela situação.

A bem da verdade, com relação à iluminação pública mencionada, mais que estudos, o projeto somente poderá ser implementado depois que a prefeitura resolver a questão de falta de contrato com o fornecedor desse serviço, que precisa ser renovado. (Carlos Rossini)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.