PRÁTICA DE JOGAR VENENO NO MATO É CADA VEZ MAIS COMUM EM IBIÚNA

É cada vez mais comum em Ibiúna a pulverização de veneno sobre o mato em beiras de estradas, quintais, ao longo de cercas. Trata-se de um modo fácil da pôr um fim a esse tipo de vegetação, mas de consequências muito danosas também para a terra, para a uma cadeia alimentar da fauna formada por pequenos insetos, coelhos, preás, para as águas dos riachos, rios, e finalmente, a represa, porque o veneno se espalha com as águas das chuvas.

Esse fato reflete uma ausência de consciência ecológica das pessoas e um desconhecimento absoluto do que vem a ser a Natureza e o mundo em que vivemos. Quando os cientistas advertem a situação de fragilidade da Terra com a ampliação da camada de ozônio, do aquecimento da terra e o consequente derretimento das geleiras polares, com possibilidade de futuro desaparecimento de cidades costeiras em vários continentes, esquecemo-nos da contribuição pessoal de indivíduos na degradação de nosso lar coletivo, e exatamente onde moramos.

Ibiúna precisa acordar para essa realidade e olhar de frente essa e outras modalidades de ações que vão aos poucos destruindo áreas verdes que deveriam ser preservadas com orgulho para as futuras gerações de ibiunenses. O maior trunfo turístico que Ibiúna tem (embora até hoje não tenha feito nada significativo ou competente para promover essa atividade) é a Natureza (ainda exuberante) que cobre a maior parte do seu território com mais de mil quilômetros quadrados.

Vitrine online perguntou, por e-mail, ao secretário interino do Meio Ambiente, Armelino Moreira, o que “o senhor pretende fazer contra essa prática de lançar veneno sobre o mato?” Eis sua resposta:

“Atualmente fazemos oficinas de orientação ao agricultor, através da SOS Itupararanga, que abordam este assunto. Também existe um projeto educacional em andamento, com a ideia de confeccionar folders falando sobre o respeito ao meio ambiente e o uso de veneno nas plantações. Com este projeto, vamos atender todos os bairros, visitar casa por casa e fazer uma parceria com as escolas, através da Secretaria da Educação, para que as crianças também recebam estas informações.”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.