OPINIÃO – HÁ SINAIS CLAROS DE QUE OS IBIUNENSES QUEREM UM GOVERNO NOVO E DIFERENTE

ÉTICANo menu dos possíveis debates públicos entre os candidatos a prefeito de Ibiúna, a fim de que os eleitores tenham condições de avaliar e tomar decisões de voto, não poderá faltar o tema ética e moral. Vitrine online, informalmente, vem ouvindo muitos ibiunenses, no centro e nos bairros, e percebe que eles desejam um governo novo e diferente exatamente no plano da moralidade em assuntos públicos.

Exaurida de paciência, a maioria dos ibiunenses está cheia de votar nos mesmos candidatos e ter de suportar as mentiras e falsidades repetitivas quando ocupam seus cargos. Agora, aparentemente, espera que seja eleito alguém que não tenha sido manchado por essas pechas. Ou seja: novo no sentido de jamais ter ocupado o cargo antes e de não ter o rabo preso com atitudes aéticas e imorais, em algum momento.

E as perguntam que se insinuam, como medida imprescindível para tocar na situação real de vida da população, são: o que acontece com as crianças e adolescentes, do ponto de vista da educação, da segurança, de locais apropriados para desenvolvimento cultural, lazer, diversão? O que acontece com os jovens que não encontram oportunidade de empregos, assim como adultos, que são provedores de suas familias? O que acontece com os idosos carentes que precisam de remédios, atenção especial e carinho?

Estamos falando de seres humanos, os entes mais preciosos de uma cidade e sem os quais esta nem mesmo existiria. Mas outros assuntos, agora relativos ao mundo das coisas, precisarão ser vistos sob lupas de perspectivas atualizadas – as estradas precárias que travam o fluxo da produção agrícola, motor da economia do município, e fazem sofrer os munícipes em suas necessidades de mobilização, seja pelas condições esburacadas das estradas – intransitáveis por ocasião das chuvas –, seja pela insuficiência do transporte público, incapaz de se tornar satisfatório. Tem ainda a questão educacional, com suas turbulências, por exemplo, na área do transporte escolar; da saúde, que embora queira esboçar melhoria, criando até mesmo um selo promocional de coisa nova, ainda está longe de merecer notável credibilidade pública.

Tem as obras públicas inacabadas como a famigerada ciclovia, que deveria ser um cartão postal turístico da cidade e da delegacia de polícia, em estado de ruínas, ao lado de outras frequentemente questionadas pela sua qualidade duvidosa, como os recapeamentos de algumas estradas, tipo casca de ovo, como a população define. Tem as obras importantes do ponto de vista de segurança pública, como a calçada no início da Estrada da Cachoeira, no bairro de mesmo nome, objeto de cinco notícias publicadas por vitrine online e aparentemente desprezada pelo atual governo. Aliás, a Estrada da Cachoeira – assim como muitas outras do municípios – nunca esteve tão esburacada, desde que foi construída no governo Franco Montoro, quando Zezito Falci era prefeito. Estão pondo pedriscos em alguns buracos, mas isso é um paliativo inútil. Tem as montanhas de lixo ao longo das estradas como se fizessem parte da natureza, pois nunca desaparecem.

Bem. Apontar problemas é tarefa fácil. Assim como elaborar planos de governo obrigatórios pelas normas eleitorais ou declinar os bens patrimoniais dos candidatos, que chegam a provocar risos pela inverossimilhança [falta de correspondência com a realidade].

Assim, o pano do fundo, por sua preciosidade ante falácias e viciosidades de falsas promessas de campanha eleitoral, é essencial evocar tanto princípios éticos quanto sua aplicação prática, por meio de condutas morais que respeitem a vida, em primeiro lugar, e a sociedade como corpo que constitui a razão de ser dos governantes e legisladores. Nunca é demais enfatizar que os políticos em cargos públicos são servidores do povo, que os elege e remunera. (Redação de vitrine online)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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