OPINIÃO – SUBESTIMAR AS FORÇAS POLÍTICAS EM IBIÚNA PODE AFASTAR ELEITORES

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Ainda que tentem influenciar a opinião pública ibiunense no sentido de que a decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal – STF, sobre um caso envolvendo um político de Mato Grosso do Sul, poderá “favorecer uma provável reeleição” do atual prefeito, é preciso e oportuno refletir sobre dois vieses dessa notícia veiculada em mídia local.

Antes, é preciso observar que a expressão “favorecer uma provável reeleição” pressupõe que o atual prefeito será reeleito se for candidato, fato que somente poderá ser confirmado depois das apurações da eleição do dia 2 de outubro e desconsidera o poder de outras forças políticas em movimentação no cenário geral.

A referida pressuposição não considera a possibilidade de os eleitores ibiunenses terem mudado seu desejo de voto, podendo preferir um governante que não tenha em seu currículo nenhum desgaste comprometedor. Que há uma nítida vontade de mudança por parte do eleitorado, isso é inegável.

Pelo menos em duas eleições houve resultados surpreendentes, com a escolha de dois candidatos cujas características na mente da população eram a honestidade, a humildade e a simplicidade. Sabe-se que esses mesmos atributos são perceptíveis como expectativas dos eleitores, quando são ouvidos nas ruas, na rodoviária e nas praças públicas.

De qualquer forma, o que ninguém quer é que se repitam os acontecimentos, e esse risco é temível, de um dos mais nefastos períodos da história política de Ibiúna, com a famigerada e absurda troca-troca de prefeitos, tendo como causa um crime de improbidade administrativa.

Se há o perigo desse mal se repetir, como se teme e se repudia, é bom que o eleitor reflita sobre o que efetivamente quer para o município em que vive. E, por isso, é essencial que vote de modo consciente, sobretudo não se deixando influenciar com informações que, frequentemente, teimam em subestimar a inteligência do povo ibiunense.

Além disso, e em harmonia com o espírito da legislação eleitoral brasileira, nunca é demais lembrar os eleitores para, em nenhuma hipótese, trocar seu voto por uma cesta básica, jogos de camisa de futebol e material esportivo ou mesmo dinheiro em espécie. Isso que parece um benefício imediato é uma forma de se condenar a um futuro de novas manipulações, enganos e sofrimento, como se já não bastassem os micos pagos no dia a dia pela população.

Depois de uma sequência administrativa que não consegue dar conta satisfatória dos problemas nas área da saúde, educação, estradas, transporte público, segurança, poluição ambiental [sobretudo lixo espalhado pelas estradas, devastação das matas nativas e contaminação das águas dos rios que abastecem a represa de Itupararanga, por exemplo], tudo precisa ser revisto com uma visão inovadora, competente e responsável e melhorado com base em um plano de ação inteligente que certamente merecerá o apoio dos munícipes. (Léo Pinheiro)

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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