INTERNET DEMOCRATIZA O DIREITO À EXPRESSÃO E ESTABELECE NOVOS PADRÕES CULTURAIS

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É incrível como pequenos aparelhos eletrônicos que usamos sobre a mesa ou carregamos conosco, por meio dos quais podemos nos comunicar uns com os outros, enviar e receber mensagens, sons e imagens em tempo real, pôde estabelecer inédita democracia no admirável mundo novo da aldeia global em que vivemos.

Ainda levaremos um tempo histórico necessário para compreender tudo o que está acontecendo como processo de mudança, incluindo certamente na pós-modernidade. Adquirimos novos hábitos e comportamentos, até mesmo de forma extremamente radical sobretudo os jovens que incorporaram a novidade em suas vidas de forma intensa e continuada.

Os meios utilizados pelos homens ao longo da história de fato refletem modos de vida e estabelecem padrões culturais de conduta. De rudimentares tambores nas selvas, como mostrado nos filmes de Tarzan, ou cipós que permitiam o trânsito na floresta, à Internet foram milhares de anos modificados na esteira da tecnologia, como a descoberta do fogo e muitas outras.

No mundo real e objetivo, no entanto, por séculos, a expressão dos povos sempre foi restrita no cenário político por meio do poder empregado para manter os homens “comuns” em silenciosa imposição de obediência, sempre sujeita ao uso da força bruta, caso deixasse de ser cumprida. A Igreja Católica com sua inquisição e assassinato de milhares de pessoas, é um dos exemplos do quanto a humanidade foi reprimida para manter-se muda.

Na Grécia antiga só tinham direito a falar os “homens livres”. Estavam excluídos dessa “democracia” mulheres, escravos, estrangeiros, considerados inferiores e despojados dos valores reconhecidos como legítimos para pertencer ao “clube” dos privilegiados e que, por sinal, eram proprietários de terras e dos escravos que lhes proviam de tudo.

A servidão humana que, entre outras peculiaridades, é submetida ao “direito” imposto ao silêncio pelos poderosos – reis, príncipes, papas, senhores, burgueses, ditadores, etc. – está impresso em nossa cultura de forma tão arraigada e profunda que pouco percebemos as origens de nosso medo de falar, passado de geração a geração.

Felizmente, como nada é para sempre e os poderosos, mesmo absolutistas e ditadores cruéis, também terminam, a humanidade vai dando seus passos para ficar cada vez mais distante das trevas da ignorância a caminho da luz do conhecimento que avança porque antes de tudo existe o arquétipo da liberdade cutucando em cada um de nós. Agora, temos a esperança de que a humanidade também evolua para fazer o melhor uso possível dessa invenção genial. (Carlos Rossini)

 

 

 

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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