MULTIDÃO SE DESPEDE DE TOSHIE NOMURA E SE ENCANTA COM O CERIMONIAL BUDISTA

toshie

Toshie Nomura foi agraciada na vida por ser uma pessoa afetiva, carinhosa e fazer amizades como poucos. Por trinta anos, primeiro na rua XV de Novembro e, depois, na rua Pinduca Soares manteve-se à frente de sua quitanda que conquistou clientes fiéis tanto de São Paulo quanto de Ibiúna. A maneira como atendia e promovia seus produtos, sempre de boa qualidade, cativava as pessoas.

Ontem (23) à tarde, aos 61 anos, ela morreu no Hospital Municipal de Ibiúna onde estava internada, vitimada por diabetes e insuficiência cardíaca. A multidão que compareceu ao velório municipal, grande parte da qual da colônia japonesa, teve o privilégio de assistir a uma cerimônia budista celebrada pelo monge Sakurai. Não houve quem não tivesse se encantado com a delicadeza de cada palavra, das diferentes entonações de cada canto, dos mantras, num ritual dignificante.

“Buda – disse o monge – normalmente é visto sentado, mas neste momento ele se levanta para receber a pessoa falecida, que também se torna iluminada como Buda e, que, depois, passa também a iluminar.”

“Essa cerimônia é de encaminhamento para a Luz e precisa de nossas orações. Oremos todos de acordo com a fé em que cremos, budistas ou não budistas, pois somos todos iguais”, pediu Sakurai.

Todos tiveram a oportunidade de lançar uma pequena porção de incenso em um fornilho de madeira colocado aos pés do caixão, junto com a oferenda de três maçãs, sino tibetano e outros objetos que utilizou em torno do corpo de Toshie. O ambiente se encheu de paz, ainda que seu filho Edson Yudi [o outro filho, Tony Issamu, encontra-se no Japão], suas irmãs, irmãos e netos estivessem tristes com a perda de um ser humano querido e amado por todos.

O corpo de Toshie Nomura foi sepultado logo após as 10 horas da manhã no Cemitério da Paz, no centro da cidade de Ibiúna.

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *